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tolerares

insofrido | adj.

Que não tolera sofrimento; que não é ou é pouco sofredor....


permissivo | adj.

Que dá ou envolve permissão....


micuim | n. m.

Parasita microscópico do Brasil que, introduzindo-se na pele humana, causa nela uma comichão intolerável....


mucuim | n. m.

Parasita microscópico do Brasil que, introduzindo-se na pele humana, causa nela uma comichão intolerável....


tolerada | n. f.

Prostituta matriculada ou legalizada....


crimófilo | adj. n. m.

Que ou quem se dá bem em climas frios; que ou quem gosta ou tolera muito bem o frio....


tolerado | adj. n. m.

Que ou aquele que se tolera....


azaqui | n. m.

Certo tributo que pagavam os muçulmanos tolerados e que consistia na décima parte dos frutos da terra....


intolerante | adj. 2 g. | adj. 2 g. n. 2 g.

Que carece de tolerância; que não tolera....


Qualidade do que não se pode tolerar, do que é intolerável....


Qualidade do que se pode tolerar, do que é tolerável....


pachorra | n. f.

Capacidade de tolerar contrariedades, dissabores ou incómodos com calma ou resignação (ex.: estou sem pachorra para aturar gente chata; haja pachorra para tanta hipocrisia; ter a pachorra de escrever um número por extenso)....


tolerante | adj. 2 g. n. 2 g. | adj. 2 g.

Que ou quem tolera ou mostra tolerância....


paciência | n. f. | interj.

Capacidade de tolerar contrariedades, dissabores, infelicidades ou incómodos com calma ou resignação....


aparar | v. tr.

Receber (o que outrem atira ou o que cai)....


aturar | v. tr. | v. intr.

Sofrer (mais por hábito ou conveniência que com resignação)....


consentir | v. tr. | v. intr.

Dar licença....


digerir | v. tr.

Fazer a digestão de....



Dúvidas linguísticas



Gostaria de saber se é correcto dizer a gente em vez de nós.
A expressão a gente é uma locução pronominal equivalente, do ponto de vista semântico, ao pronome pessoal nós. Não é uma expressão incorrecta, apenas corresponde a um registo de língua mais informal. Por outro lado, apesar de ser equivalente a nós quanto ao sentido, implica uma diferença gramatical, pois a locução a gente corresponde gramaticalmente ao pronome pessoal ela, logo à terceira pessoa do singular (ex.: a gente trabalha muito; a gente ficou convencida) e não à primeira pessoa do plural, como o pronome nós (ex.: nós trabalhamos muito; nós ficámos convencidos).

Esta equivalência semântica, mas não gramatical, em relação ao pronome nós origina frequentemente produções dos falantes em que há erro de concordância (ex.: *a gente trabalhamos muito; *a gente ficámos convencidos; o asterisco indica agramaticalidade) e são claramente incorrectas.

A par da locução a gente, existem outras, também pertencentes a um registo de língua informal, como a malta ou o pessoal, cuja utilização é análoga, apesar de terem menor curso.




Tenho duas questões a colocar-vos, ambas directamente relacionadas com um programa televisivo sobre língua portuguesa que me impressionou bastante pela superficialidade e facilidade na análise dos problemas da língua. Gostaria de saber então a vossa avisada opinião sobre os seguintes tópicos: 1) no plural da palavra "líder" tem de haver obrigatoriamente a manutenção da qualidade da vogal E? 2) poderá considerar-se que a expressão "prédio em fase de acabamento" é um brasileirismo?
1) No plural da palavra líder, a qualidade da vogal postónica (isto é, da vogal que ocorre depois da sílaba tónica) pode ser algo problemática para alguns falantes.
Isto acontece porque, no português europeu, as vogais a, e e o geralmente não se reduzem foneticamente quando são vogais átonas seguidas de -r em final de palavra (ex.: a letra e de líder, lê-se [ɛ], como a letra e de pé e não como a de se), contrariamente aos contextos em que estão em posição final absoluta (ex.: a letra e de chave, lê-se [i], como a letra e de se e não como a de pé). No entanto, quando estas vogais deixam de estar em posição final de palavra (é o caso do plural líderes, ou de derivados como liderar ou liderança), já é possível fazer a elevação e centralização das vogais átonas, uma regularização muito comum no português, alterando assim a qualidade da vogal átona de [ɛ] para [i], como na alternância comédia > comediante ou pedra > pedrinha. Algumas palavras, porém, mantêm inalterada a qualidade vocálica mesmo em contexto átono (ex.: mestre > mestrado), apesar de se tratar de um fenómeno não regular. Por este motivo, as pronúncias líd[i]res ou líd[ɛ]res são possíveis e nenhuma delas pode ser considerada incorrecta; esta reflexão pode aplicar-se à flexão de outras palavras graves terminadas em -er, como cadáver, esfíncter, hambúrguer, pulôver ou uréter.

2) Não há qualquer motivo linguístico nem estatístico para considerar brasileirismo a expressão em fase de acabamento. Pesquisas em corpora e em motores de busca demonstram que a expressão em fase de acabamento tem, no português europeu, uma frequência muito semelhante a em fase de acabamentos.


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