Devo usar o termo implementador, ou aconselham algum outro?
O vocábulo implementador parece ser de formação recente (a partir de
implementar + sufixo -dor) e não se encontra averbado pelos
principais dicionários de língua. Ainda assim, implementador obedece às
regras de boa formação morfológica, tal como outros casos formados a partir do
sufixo -dor (exprimindo a noção de "agente") e que já se encontram
atestados lexicograficamente: alimentador, desfragmentador,
instrumentador, etc.
Pesquisas em corpora e em motores de busca da Internet revelam que o
termo implementador vem sendo usado, sobretudo na área da informática,
como adjectivo (ex.: entidade implementadora, parceiros implementadores)
e como substantivo, designando a pessoa ou a entidade que implementa (ex.:
implementadores de páginas HTML, a empresa surgiu no mercado das tecnologias de
informação como implementadora).
Do ponto de vista exclusivamente linguístico, nenhuma das duas expressões pode ser considerada incorrecta.
Na frase Vendem-se casas, o sujeito é casas e o verbo, seguido
de um pronome se apassivante, concorda com o sujeito. Esta frase é equivalente
a casas são vendidas.
Na frase Vende-se casas, o sujeito indeterminado está representado pelo
pronome pessoal se, com o qual o verbo concorda. Esta frase é equivalente
a alguém vende casas.
Esta segunda estrutura está correcta e é equivalente a
outras estruturas muito frequentes na língua com um sujeito indeterminado (ex.:
não se come mal naquele restaurante; trabalhou-se pouco esta semana),
apesar de ser desaconselhada por alguns gramáticos, sem contudo haver argumentos sólidos para tal
condenação. Veja-se, por exemplo, a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso CUNHA e Lindley CINTRA [Edições Sá da Costa, 1984, 14ª ed., pp. 308-309], onde se pode ler “Em frases do tipo: Vendem-se casas. Compram-se móveis. considera-se casas e móveis os sujeitos das formas verbais vendem e compram, razão por que na linguagem cuidada se evita deixar o verbo no singular”.