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agrário

fundiário | adj.

Relativo a terrenos, em especial terrenos agrícolas....


arpente | n. m.

Antiga medida agrária usada entre os gálios e depois adoptada pelos romanos....


chão | n. m. | adj.

Superfície onde se pode pôr o pé e andar....


miriare | n. m.

Medida agrária equivalente a dez mil ares....


acto | n. m.

Acção (feita ou por fazer) considerada na sua essência ou resultado....


courela | n. f.

Nesga de terra de cultivo....


quiliare | n. m.

Medida agrária de mil ares ou dez hectares....


arremeção | n. f.

Unidade de medida agrária equivalente a dezanove palmos e meio ou 4,30 metros....


agrariano | adj. | n. m.

Que diz respeito à legislação agrária....


arapene | n. m.

Medida agrária correspondente a meia jeira de terra....


are | n. m.

Unidade de medida agrária (100 metros quadrados)....


babuvismo | n. m.

Doutrina política de Babeuf, que pretendia estabelecer a igualdade das riquezas pela aplicação de uma nova lei agrária....


hastim | n. m.

Antiga medida agrária....


hectare | n. m.

Medida agrária de cem ares ou hectómetro quadrado....


reforma | n. f.

Acto ou efeito de reformar....


acre | n. m.

Medida agrária usada em alguns países com valores diferentes (o acre inglês e americano equivalem a 40,47 ares)....


destro | adj. | n. m.

Dotado de destreza ou agilidade....


extensão | n. f.

Serviço de divulgação de conhecimentos técnicos relativos à produção, gestão e comercialização de produtos e serviços agro-pecuários ou florestais (ex.: a extensão rural desempenha um papel importante no desenvolvimento agrário e rural)....


jeira | n. f.

Terreno que uma junta de bois pode lavrar num dia....



Dúvidas linguísticas



Como se designa algo que escraviza? Os termos escravizante e escravizador não aparecem no dicionário.
Nenhum dicionário regista de modo exaustivo o léxico de uma língua e o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (DPLP) não é excepção. Apesar de não se encontrarem registadas no DPLP, as palavras escravizador e escravizante podem ser encontradas noutros dicionários de língua portuguesa com o significado “que escraviza”.

Estas duas palavras são formadas com dois dos sufixos mais produtivos do português (-ante e -dor), pelo que é sempre possível formar correctamente novas palavras com estes sufixos (normalmente a partir de verbos) que não se encontram registadas em nenhum dicionário.




Tenho uma dúvida: a gramática da língua portuguesa não diz que um advérbio antes do verbo exige próclise? Não teria de ser "Amanhã se celebra"?
Esta questão diz respeito a uma diferença, sobretudo no registo coloquial, entre as variedades europeia e brasileira do português, que, com a natural evolução da língua, se foram distanciando relativamente a este fenómeno linguístico. No que é considerado norma culta (portuguesa e brasileira), porém, sobretudo na escrita, e em registo formal, ainda imperam regras da gramática tradicional ou normativa, fixas e pouco permissivas.

No português de Portugal, se não houver algo que atraia o pronome pessoal átono, ou clítico, para outra posição, a ênclise é a posição padrão, isto é, o pronome surge habitualmente depois do verbo (ex.: Ele mostrou-me o quadro); os casos de próclise, em que o pronome surge antes do verbo (ex.: Ele não me mostrou o quadro), resultam de condições particulares, como as que são referidas na resposta à dúvida posição dos clíticos. Nessa resposta sistematizam-se os principais contextos em que a próclise ocorre na variante europeia do português, sendo um deles a presença de certos advérbios ou locuções adverbiais, como ainda (ex.: Ainda ontem as vi), (ex.: o conheço bem), oxalá (ex.: Oxalá se mantenha assim), sempre (ex.: Sempre o conheci atrevido), (ex.: lhes entreguei o documento hoje), talvez (ex.: Talvez te lembres mais tarde) ou também (ex.: Se ainda estiverem à venda, também os quero comprar). Note-se que a listagem não é exaustiva nem se aplica a todos os advérbios e locuções adverbiais, pois como se infere a partir de pesquisas em corpora com advérbios como hoje (ex.: Hoje decide-se a passagem à final) ou com locuções adverbiais como mais tarde (ex.: Mais tarde compra-se outra lente), a tendência na norma europeia é para a colocação do pronome após o verbo. A ideia de que alguns advérbios (e não a sua totalidade) atraem o clítico é aceite até por gramáticos mais tradicionais, como Celso Cunha e Lindley Cintra, que referem, na página 313 da sua Nova Gramática do Português Contemporâneo, que a língua portuguesa tende para a próclise «[...] quando o verbo vem antecedido de certos advérbios (bem, mal, ainda, já, sempre, só, talvez, etc.) ou expressões adverbiais, e não há pausa que os separe».

No Brasil, a tendência generalizada, sobretudo no registo coloquial de língua, é para a colocação do pronome antes do verbo (ex.: Ele me mostrou o quadro). Daí a relativa estranheza que uma frase como Amanhã celebra-se o Dia Mundial do Livro possa causar a falantes brasileiros que produzirão mais naturalmente um enunciado como Amanhã se celebra o Dia Mundial do Livro. O gramático brasileiro Evanildo Bechara afirma, na página 589 da sua Moderna Gramática Portuguesa, que «Não se pospõe pronome átono a verbo modificado diretamente por advérbio (isto é, sem pausa entre os dois, indicada ou não por vírgula) ou precedido de palavra de sentido negativo.». Contrariamente a Celso Cunha e Lindley Cintra, Bechara propõe um critério para o uso de próclise que parece englobar a totalidade dos advérbios. Resta saber se se trata de um critério formulado a partir do tendência brasileira para a próclise ou de uma extensão da regra formulada pela gramática tradicional. Estatisticamente, porém, é inequívoca a diferença de uso entre as duas normas do português.


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