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Dúvidas linguísticas


Qual o feminino de capataz? Isto porque tenho ouvido a palavra capataza quando se trata de uma mulher.
Por tradição lexicográfica, a palavra capataz vem registada em dicionários e vocabulários apenas como substantivo masculino, pelo facto de essa função ter sido ocupada maioritariamente por pessoas do sexo masculino. A forma capataza não surge registada em nenhuma obra de referência para o português. Assim, a palavra capataz poderá ser usada no masculino em relação a um referente de sexo feminino (ex.: Ela é o capataz da quinta) à semelhança de outros nomes em que o género da palavra não é igual ao sexo a que se refere (ex.: Ela é um bom garfo ou Ele é uma melga). Por outro lado, à semelhança do que tem acontecido com muitas profissões que hoje já não são exclusivamente desempenhadas por pessoas de sexo masculino, a palavra poderá ser usada como substantivo masculino e feminino (ex.: Ela é a capataz da quinta), como acontece em espanhol, língua de onde é originária a palavra.



Qual o critério para classificar o verbo comer de substantivo masculino? Venho por este meio mostrar a minha indignação relativamente às entradas como substantivo na pesquisa do verbo "comer" (https://dicionario.priberam.org/comer).
A língua portuguesa permite que quase todos os verbos tenham, pelo menos hipoteticamente, uma utilização nominal do infinitivo (ex.: o manipular [= manipulação] deste objecto pode ser perigoso; não entendo o proceder [= procedimento] dele). Normalmente, só há registo lexicográfico quando este uso tem um significado que ultrapassa a acção do verbo ou quando a palavra tem uma distribuição com todas as características da classe dos substantivos (ex.: o amanhecer da ideia foi uma conversa de amigos; com o correr dos anos, ficou mais dócil; vimos bonitos entardeceres; estudou os falares do Alentejo; ele é um ser estranho).

É também este o caso da palavra comer, que surge registada em todos os dicionários consultados (e o Dicionário Priberam não é excepção) como verbo e como substantivo (com os significados de comida ou refeição), seguindo este mesmo critério.

Esta classificação corresponde a um uso efectivo na língua em diversos contextos, que pode ser verificada em corpora e motores de pesquisa, podendo ter abonações literárias em autores como Afonso Lopes Vieira, Aquilino Ribeiro, Alves Redol, Guimarães Rosa ou João de Barros, entre outros, ou abonações em obras de divulgação (ex.: Comeres de África Falados em Português, Comeres de Lisboa - Um Roteiro Gastronómico, Festas e Comeres do Povo Português).

Apesar disto, a palavra é considerada informal em alguns meios; daí, provavelmente, o motivo da sua indignação. A função de um dicionário passa por uma descrição dos usos da língua, devendo basear-se essencialmente em factos linguísticos e não estabelecer juízos de valor relativamente a eles, antes apresentá-los o mais objectivamente possível. Dada a riqueza da língua, o falante terá sempre a opção de não utilizar determinadas palavras, consoante as suas necessidades, preferências ou preconceitos.