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bobitas

A forma bobitasé [derivação feminino plural de bobobobo].

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bobobobo
|ô| |ô|
( bo·bo

bo·bo

)


nome masculino

1. Indivíduo que fazia parte da corte dos reis e do pessoal dos nobres, para os divertir fazendo figuras ridículas. = BUFÃO, BUFO, MANINELO, TRUÃO

2. [Brasil: Rio de Janeiro] [Brasil: Rio de Janeiro] Relógio.


adjectivo e nome masculinoadjetivo e nome masculino

3. Que ou quem é engraçado, divertindo os outros com esgares e ditos espirituosos ou tolos. = CHOCARREIRO, PALHAÇO

4. Que ou quem revela superficialidade, frivolidade. = FÚTIL

5. Que ou quem revela falta de inteligência. = ESTÚPIDO, IDIOTA, IMBECIL, PATETA, TOLO, TONTO

6. Que ou quem é muito ingénuo. = SIMPLÓRIO, TONTO


adjectivoadjetivo

7. [Brasil] [Brasil] Que não tem importância (ex.: receio bobo). = INSIGNIFICANTE

8. [Brasil] [Brasil] Que demonstra espanto, surpresa (ex.: eles ficaram bobos com a notícia). = PASMADO

vistoPlural: bobos |ô|.
etimologiaOrigem etimológica:origem duvidosa.
iconPlural: bobos |ô|.
Confrontar: boco, bodo, bombo.


Dúvidas linguísticas



Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).