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bem-

A forma bem-pode ser[adjectivo de dois géneros e de dois númerosadjetivo de dois géneros e de dois números], [advérbio], [elemento de composição], [interjeição], [nome masculino plural] ou [nome masculino].

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bem1bem1


nome masculino

1. O que é bom, lícito e recomendável (ex.: fazer o bem).MAL

2. Conjunto de benefícios ou de coisas que provocam consequências positivas (ex.: percebo que isto será para o meu bem). = PROVEITO, VANTAGEMDANO, DESVANTAGEM, MAL, PREJUÍZO

3. Situação agradável do corpo e do espírito; situação de conforto ou de satisfação (ex.: foi um bem para nós; estes dias de descanso fizeram-lhe bem). = BEM-ESTARMAL-ESTAR, SOFRIMENTO

4. O que abona; conjunto de qualidades positivas (ex.: só consigo dizer bem dessa empresa).MAL

5. Pessoa querida ou amada (ex.: você já vai sair, bem?). = AMOR, QUERIDO

6. [Direito] [Direito] Coisa susceptível de apropriação e fruição (ex.: bem imóvel; bem móvel; bem público). [Mais usado no plural.]


advérbio

7. Como é devido; como é conveniente ou apropriado (ex.: se trabalharmos bem, acabamos amanhã; a questão foi bem resolvida). = DEVIDAMENTEINCONVENIENTEMENTE, INDEVIDAMENTE, MAL

8. De modo agradável ou harmonioso (ex.: cheira bem; o anfitrião trata muito bem os visitantes).MAL

9. De maneira que satisfaz (ex.: a entrevista correu bem; estou bem instalada).MAL

10. Com saúde (ex.: esteve no hospital, mas agora já está bem).MAL

11. De modo intenso ou em grau elevado (ex.: choveu bem esta noite; ele é bem falador). = BASTANTE, EXTREMAMENTE, MUITOPOUCO

12. Com precisão ou certeza (ex.: sei bem qual é o problema; vê-se bem o barco). = EXACTAMENTE, PRECISAMENTEMAL


adjectivo de dois géneros e de dois númerosadjetivo de dois géneros e de dois números

13. [Informal] [Informal] Que é relativo a ou considerado como pertencente a uma classe social elevada.


interjeição

14. Usa-se para exprimir apoio ou concordância.

15. Expressão usada quando se quer encerrar um assunto ou introduzir um novo (ex.: bem, vamos embora). = BOM

bens


nome masculino plural

16. Conjunto de valores, coisas materiais ou propriedades de que pode haver posse, fruição ou transmissão. = HAVERES


a bem

De livre vontade e sem litígio (ex.: resolvemos tudo a bem).À FORÇA, A MAL

bem como

Usa-se para indicar que algo se faz ou acontece da mesma forma que ou à semelhança de; e também (ex.: explicou detalhadamente o evento, bem como as funções de cada interveniente). = ASSIM COMO

bem comum

Direito ou benefício colectivo ou quem contribui para o bem-estar colectivo.

bem de capital

[Economia] [Economia]  Bem que serve para produzir outros bens, em especial bens de consumo (ex.: uma máquina industrial é um bem de capital). [Mais usado no plural.]

bem de consumo

[Economia] [Economia]  Bem que se destina à satisfação de uma necessidade imediata (ex.: um automóvel é um bem de consumo). [Mais usado no plural.]

bem de produção

[Economia] [Economia]  Bem que é usado na produção de outros bens (ex.: as matérias-primas e os equipamentos para as transformar são bens de produção). [Mais usado no plural.]

bens adquiridos

[Direito] [Direito]  Os granjeados durante o matrimónio.

bens de raiz

[Direito] [Direito]  Prédios rústicos ou urbanos.

de bem

Que tem boa índole; que é correcto, honesto, honrado (ex.: pessoa de bem).

mandar bem

[Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Fazer algo com excelência, qualidade ou sucesso. = ARRASAR

se bem que

Usa-se para introduzir uma frase subordinada e indica oposição a uma outra ideia exposta, mas que não é impeditiva (ex.: a intenção é boa, se bem que não resolve o problema; se bem que contenha riscos, a proposta é interessante).

trocar de bem

[Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Fazer as pazes.

etimologiaOrigem etimológica:latim bene.

iconeConfrontar: nem.
Colectivo:Coletivo:Coletivo:espólio, fazenda, património, pecúlio.
Ver também resposta à dúvida: comparativo de superioridade: melhor e mais bem.
bem2bem2


nome masculino

1. Semente de moringa (ex.: óleo de bem).

2. Óleo extraído dessa semente, usado em pintura artística, entre outros usos.

etimologiaOrigem etimológica:árabe ban.

iconeConfrontar: nem.
bem-bem-


elemento de composição

Entra na composição de várias palavras e significa bem, de maneira excelente. (É seguido de hífen quando o segundo elemento começa por vogal ou h, ou então por consoante, mas esta em perfeita evidência de sentido.)

etimologiaOrigem etimológica:latim bene, bem.

bem-bem-

Auxiliares de tradução

Traduzir "bem-" para: Espanhol Francês Inglês


Dúvidas linguísticas



Estava com dúvida quanto à escrita do algarismo 16, e procurando resposta no site, fiquei com mais dúvida ainda: dezesseis ou dezasseis? E porquê?
O algarismo 16 pode escrever-se de duas formas: dezasseis é a forma usada em Portugal e dezesseis a forma usada no Brasil. A forma com e aparenta ser a mais próxima da etimologia: dez + e + seis; a forma com a é uma divergência dessa. Esta dupla grafia, cuja razão exacta se perde na história da língua, verifica-se também com os números 17 (dezassete/dezessete) e 19 (dezanove/dezenove).




Tenho assistido a várias discussões sobre as palavras escoteiro/escuteiro e sobre escotismo/escutismo e gostaria de uma explicação linguística. São sinónimos ou são coisas diferentes?
Relativamente ao uso geral da língua, as palavras escoteiro/escuteiro e escotismo/escutismo correspondem a dois pares de sinónimos, a que se podem juntar outros pares como escotista/escutista ou escoteirismo/escuteirismo. Qualquer delas está correcta ortograficamente e pode dizer-se que são pares de variantes gráficas homófonas.

A discussão que se gera à volta delas decorre essencialmente do registo lexicográfico destas palavras (ou da ausência dele) ou de visões ligeiramente diferentes do chamado movimento escutista (ou escotista).

Para compreendermos melhor os argumentos utilizados, é necessário fazer alguma pesquisa, não tanto linguística, mas acerca da história do próprio movimento escutista em Portugal, que permita perceber o motivo da existência destas variantes (no Brasil, o problema não se coloca, pois as variantes com -u- são consideradas lusismos). Para isso, é esclarecedora a breve nota a que podemos aceder no sítio da Associação de Escoteiros de Portugal, que nos apresenta brevemente a história do movimento, salientando que esta foi a primeira associação de Portugal que utilizou a palavra escoteiro, já existente na língua e com o significado de "pessoa que viaja sem bagagem", para traduzir o inglês scout. Só mais tarde apareceu o Corpo Nacional de Escutas, movimento católico que assumiu uma dimensão maior e que, para a tradução de scout, utilizou a palavra escuta (de que depois derivaram escuteiro e escutista), já existente na língua como derivado regressivo do verbo escutar.

Sem ter a pretensão de fazer um levantamento exaustivo na lexicografia portuguesa, podemos verificar no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado que a palavra escoteiro está documentada na língua desde o séc. XVI em Lendas da Índia por Gaspar Correia, publicadas pela Ordem da Classe de Ciências Morais, Políticas e Belas Letras da Academia Real das Ciências de Lisboa, sob a direcção de Rodrigo José de Lima Felner, 1858: "…tudo puderam bem carregar, ficando os homens escoteiros e despejados para andar o caminho". O registo da acepção que diz respeito aos membros de movimentos semelhantes àquele que foi criado por Baden-Powell é bem mais recente.

Rebelo Gonçalves, no seu Vocabulário da Língua Portuguesa (Coimbra: Coimbra Editora, 1966), referência importante para a lexicografia portuguesa, considera escoteiro, escotismo e escotista como variantes brasileiras de escuteiro, escutismo e escutista, respectivamente. Nesta opção, segue o que está no Vocabulário Ortográfico Resumido da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1947).

Também o dicionário de Cândido de Figueiredo regista escoteiro como brasileirismo, na acepção que aqui nos interessa e as formas escuta e escuteiro como as preferenciais em Portugal. De notar que estamos a falar da edição coordenada por Rui Guedes (25.ª ed., 1996), pois em edições antigas, nomeadamente na edição de 1913, por exemplo, apenas consta a entrada escoteiro, com a acepção "aquele que viaja sem bagagem".

José Pedro Machado, nas várias edições do Grande Dicionário da Língua Portuguesa (por exemplo, Lisboa: Amigos do Livro, 1981 e Lisboa: Círculo de Leitores, 1991), outra grande referência na lexicografia portuguesa, regista também escuteiro (assinalando neste verbete, que "No Brasil, usa-se a forma escoteiro"), escutismo e escutista (nestes dois últimos verbetes, confrontando com as formas em -o- para avisar o consulente de que se trata de verbetes diferentes, não sinónimos). Curiosamente, não regista escuteirismo, mas sim escoteirismo, definindo-o de maneira bastante abrangente, de modo a incluir o movimento idealizado por Baden-Powell e qualquer movimento organizado em moldes semelhantes. Por outro lado, se no verbete escuteiro este dicionário assinala a forma escoteiro como brasileira, no verbete escoteiro, com o sentido sobre os qual nos debruçamos, não tem qualquer indicação de que se trata de brasileirismo, estando o verbete escoteiro definido, com etimologia e sem qualquer registo geográfico (o mesmo acontece com escotismo, que remete para escoteirismo).

O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Verbo, 2001), por sua vez, parece ser o primeiro a registar os vários pares de variantes gráficas, sem distinguir registos de língua pertinentes. Neste sentido apresenta a definição nas formas com -u-, por serem mais usuais, e uma remissão nas formas com -o-.

Por motivos diversos, quer etimológicos, quer históricos, estes pares de palavras surgiram na língua, à semelhança de muitos outros casos de variação, e podem ser considerados sinónimos, sem que haja motivo para considerar uma ou outra forma mais correcta do que outra. Adicionalmente, e sobretudo entre os membros ou simpatizantes do movimento escotista/escutista em Portugal, a distinção escoteiro ou escuteiro permite também distinguir, respectivamente, entre os membros da Associação de Escoteiros de Portugal (de cariz interconfessional) e os membros, bem mais numerosos, do Corpo Nacional de Escutas (de cariz católico e estruturado numa relação directa com as dioceses).