Porque escrevemos Henrique com um r e não dois rr? Qual a regra?
A ortografia é um
conjunto de regras convencionadas e, na maioria das vezes, é o utilizador da
língua que mais lê e mais consulta obras de referência, como dicionários,
prontuários e afins, que melhor conhece essas regras e que melhor escreve. Há, no entanto, algumas indicações úteis, no caso da letra r:
a) O erre simples (r) representa o som [R] (consoante vibrante velar) em
início de palavra (ex.: rasar, régua, rua), a
seguir a uma vogal nasal (ex.: Henrique, honra, tenro),
ou em início de sílaba a seguir a uma consoante (ex.: israelita, melro).
b) O erre simples (r) representa o som [r] (consoante vibrante alveolar)
em contexto intervocálico, antecedido de vogal oral (ex.: cara, puro),
nos grupos consonânticos br, cr, dr, fr, gr, pr, tr e vr (ex.:
abrir, credo, coldre, fraco, grua, imprimir,
latrina, nevrose), ou em final de sílaba (ex.: cargo,
partir, querer, surto); o erre simples nunca representa
o som [r] em início de palavra.
c) O erre dobrado (rr) representa sempre o som [R] e apenas em contextos
intervocálicos (ex.: barra, errado, mirra, socorro,
urro), nunca em início de palavra ou depois de consoante.
Em português, qual é a regra para a atribuição de género a estrangeirismos?
A atribuição de género a estrangeirismos e a empréstimos varia consoante a língua de origem. Aos estrangeirismos ingleses (que geralmente são de género neutro), é atribuído frequentemente o género masculino (ex.: ketchup, server), havendo, no entanto, muitos casos de estrangeirismos ingleses que no sistema linguístico português são geralmente considerados femininos, geralmente por analogia ou por relações de sinonímia com outras palavras relacionadas (ex.: password, party, homepage).
Se os estrangeirismos terminarem em a, há também uma maior tendência para a atribuição do género feminino, apesar de haver casos de palavras com essa terminação com género masculino ou com ambos os géneros, como por exemplo a palavra vodca.
De uma maneira geral, especialmente no que toca a empréstimos e estrangeirismos com origem em língua românicas, há uma propensão para a manutenção do género de origem. Claro que há variadas excepções a esta regra, sendo as mais frequentes aqueles em que há adaptação para o português (ex.: bricolage s. m. / bricolagem s. f., garage s. m. / garagem s. f.).