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Sola

A forma Solapode ser [segunda pessoa singular do imperativo de solarsolar], [terceira pessoa singular do presente do indicativo de solarsolar] ou [nome feminino].

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solasola
|ó| |ó|
( so·la

so·la

)


nome feminino

1. Couro curtido do boi para calçado, etc.

2. Parte do calçado que assenta no chão.

3. Parte do pé que assenta no chão. = PLANTA DO PÉ

4. [Regionalismo] [Regionalismo] Cabeçalho com que se puxa a grade e a charrua.


dar à sola

[Informal] [Informal] Ir embora (ex.: alguns militantes deram à sola antes de o congresso terminar).

[Informal] [Informal] Fugir (ex.: dizem que ele deu à sola por ter fugido ao fisco).

de sola e vira

[Brasil: São Paulo] [Brasil: São Paulo] Que está apto ou bem preparado para algo.

romper solas

Andar a pé.

etimologiaOrigem etimológica:latim solea, -ae, sandália.

solar1solar1
( so·lar

so·lar

)


nome masculino

1. Terreno onde se eleva ou se elevou a casa de uma família nobre ou de importância.

2. A própria habitação dessa família.

3. [Figurado] [Figurado] Assento.

4. [Figurado] [Figurado] Origem; berço.

5. [Figurado] [Figurado] Princípio.

etimologiaOrigem etimológica:solo, terra + -ar.

solar2solar2
( so·lar

so·lar

)


adjectivo de dois génerosadjetivo de dois géneros

Relativo ou pertencente ao sol.

etimologiaOrigem etimológica:latim solaris, -e.

solar3solar3
( so·lar

so·lar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


adjectivo de dois génerosadjetivo de dois géneros

1. Relativo à sola ou planta do pé.


verbo transitivo

2. Pôr solas em (calçado).


verbo transitivo e intransitivo

3. [Brasil] [Brasil] Deixar ou ficar duro, mal cozido ou murcho (ex.: sei lá se foi o corante que solou o bolo; a massa não vai solar).

etimologiaOrigem etimológica:sola + -ar.

solar4solar4
( so·lar

so·lar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo e intransitivo

Executar um solo (ex.: ele sabe solar o hino na guitarra; foi a primeira vez que a bailarina solou).

etimologiaOrigem etimológica:solo, composição para solista + -ar.

solar5solar5
( so·lar

so·lar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo intransitivo

[Jogos] [Jogos] Ganhar ao solo.

etimologiaOrigem etimológica:solo, jogo + -ar.

solar6solar6
( so·lar

so·lar

)


nome masculino

[Economia] [Economia] Antiga unidade monetária do Peru, em vigor até 1986. = SOL

etimologiaOrigem etimológica:sol, moeda + -ar.

SolaSola

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Dúvidas linguísticas



Deparei-me com um problema linguístico ao qual não sei dar resposta. Como se deve escrever: semi sombra, semisombra, semi-sombra ou semissombra?
A grafia correcta é semi-sombra, se estiver a utilizar a ortografia segundo o Acordo Ortográfico de 1945, isto é, anterior ao Acordo Ortográfico de 1990. Segundo o Acordo de 1945, na base XXIX, e segundo o Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves, o prefixo semi- só se escreve com hífen quando a palavra que se lhe segue começa por h (ex.: semi-homem), i (ex.: semi-inconsciente), r (ex.: semi-racional) ou s (ex.: semi-selvagem). Já o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, acrescenta que este prefixo é grafado com hífen sempre que a palavra que se lhe segue começa por qualquer vogal. Daí a divergência na escrita entre a norma portuguesa (ex.: semiaberto, semiesfera, semioficial, semiuncial) e a norma brasileira (ex.: semi-aberto, semi-esfera, semi-oficial, semi-uncial).

Se, porém, estiver a utilizar a grafia segundo o Acordo Ortográfico de 1990, a grafia correcta é semissombra. Segundo este acordo, na sua Base XVI, não se emprega o hífen "nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se" (ex.: semirracional, semissegredo). Ainda segundo esta mesma base, deixa de haver divergência entre a norma portuguesa e a brasileira, pois apenas deverá ser usado o hífen quando a palavra seguinte começa por h (ex.: semi-histórico) ou pela mesma vogal em que termina o prefixo (ex.: semi-internato) e não quando se trata de vogal diferente (ex.: semiautomático).




A minha dúvida é relativa ao novo Acordo Ortográfico: gostava que me esclarecessem porque é que "lusodescendente" escreve-se sem hífen e "luso-brasileiro", "luso-americano" escreve-se com hífen. É que é um pouco difícil de se compreender, e já me informei com algumas pessoas que não me souberam dizer o porquê de ser assim. Espero uma resposta de vossa parte com a maior brevidade possível.
Não há no texto legal do Acordo Ortográfico de 1990 uma diferença clara entre as palavras que devem seguir o disposto na Base XV e o disposto na Base XVI. Em casos como euroafricano/euro-africano, indoeuropeu/indo-europeu ou lusobrasileiro/luso-brasileiro (e em outros análogos), poderá argumentar-se que se trata de "palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido" (Base XV) para justificar o uso do hífen. Por outro lado, poderá argumentar-se que não se justifica o uso do hífen uma vez que se trata de "formações com prefixos (como, por exemplo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e de formações por recomposição, isto é, com elementos não autónomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.)" (Base XVI).

Nestes casos, e porque afro-asiático, afro-luso-brasileiro e luso-brasileiro surgem no texto legal como exemplos da Base XV, a Priberam aplicou a Base XV, considerando que "constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido". Trata-se de uma estrutura morfológica de coordenação, que estabelece uma relação de equivalência entre dois elementos (ex.: luso-brasileiro = lusitano e brasileiro; sino-japonês = chinês e japonês).

São, no entanto, excepção os casos em que o primeiro elemento não é uma unidade sintagmática e semântica e se liga a outro elemento análogo, não podendo tratar-se de justaposição (ex.: lusófono), ou quando o primeiro elemento parece modificar o valor semântico do segundo elemento, numa estrutura morfológica de subordinação ou de modificação, que equivale a uma hierarquização dos elementos (ex.:  eurodeputado = deputado [que pertence ao parlamento europeu]; lusodescendente = descendente [que provém de lusitanos]).

É necessário referir ainda que o uso ou não do hífen nestes casos não é uma questão nova na língua portuguesa e já se colocava antes da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Em diversos dicionários e vocabulários anteriores à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 já havia práticas ortográficas que distinguiam, tanto em Portugal como no Brasil, o uso do hífen entre euro-africano (sistematicamente com hífen) e eurodeputado (sistematicamente sem hífen).