Gostaria de saber se alguma das seguintes frases está incorrecta:
1. O carro podê-lo-ia ter atropelado; 2. O carro poderia tê-lo atropelado.
Por favor, consulte
uma dúvida muito semelhante em mesóclise e verbos auxiliares. Especificamente sobre este exemplo, deve
dizer-se que o pronome pessoal átono (ou clítico) o é normalmente
colocado em posição enclítica (isto é, depois do verbo) relativamente ao verbo
principal (ex.: poderia atropelá-lo), do qual depende
semanticamente. No caso da frase em análise, trata-se de um tempo composto,
construído com o verbo auxiliar ter e o particípio passado do verbo
atropelar, pelo que o pronome é colocado em posição enclítica relativamente
ao verbo auxiliar (ex.: poderia tê-lo atropelado).
Esta é a posição mais consensual e menos polémica, mas há verbos, como poder,
cujo comportamento se aproxima do de um verbo auxiliar e esse comportamento
torna aceitável a posição enclítica relativamente a este verbo. Se se tratar do
modo condicional ou do futuro do indicativo, o pronome terá de ser mesoclítico,
isto é, deverá ocorrer no meio da forma verbal (ex.: podê-lo-ia
atropelar, podê-lo-á atropelar). Se houver outro verbo auxiliar na locução verbal, como na
frase em apreço, a mesóclise no verbo poder é também possível, embora de
aceitação menos generalizada (ex.: podê-lo-ia ter atropelado).
Adicionalmente, e
porque os clíticos correspondem a uma questão complexa, poderá pesquisar, na
caixa de pesquisa das dúvidas linguísticas, o tópico clíticos ou o tópico
pronomes.
Tendo eu consultado a Direcção-Geral dos Registos e do Notariado sobre se o vocábulo “Ramberto” pode ser admitido como nome próprio masculino, informaram-me os mesmos o seguinte: "Tendo presente a consulta sobre se o vocábulo “Ramberto” pode ser admitido como nome próprio masculino, informa-se que o mesmo não consta dos vocabulários onomásticos disponíveis, pelo que, em princípio, contraria o disposto no artº 103º, nº 2 alínea a) do Código do registo Civil. No entanto, esta Conservatória poderá providenciar para que seja emitido parecer onomástico sobre o vocábulo pretendido, não obstante a demora que possa verificar-se, sendo para o efeito V. Exª convidado a apresentar elementos relativos à origem do nome pretendido, designadamente bibliografias ou outros, e a fazer o respectivo preparo ..." O meu contacto convosco vai no sentido de saber se poderão auxiliar-me na obtenção dos elementos necessários pretendidos pela DGRN e de que forma. Mais informo de que o vocábulo em questão consta no Vocabulário Antroponímico do Dicionário Universal da Língua Portuguesa da Texto Editora.
O antropónimo masculino Ramberto encontra-se registado em algumas obras como o Vocabulário da Língua Portuguesa (Coimbra, Coimbra Editora, 1966), de Francisco Rebelo Gonçalves, ou o Grande Vocabulário da Língua Portuguesa (1.ª ed., 2 tomos, Lisboa, Âncora Editora, 2001), de José Pedro Machado. Também numa das obras deste autor, o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa (3.ª ed., 3 vol., Lisboa, Livros Horizonte, 2003), esse nome próprio aparece registado e com a informação de que se trata de palavra com origem no francês Rambart, que por sua vez é nome de origem germânica (composto pelas palavras ragin, que significa “conselho”, e berht, que significa “brilhante, ilustre”).