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Ângulo

Será que queria dizer angulo?
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ânguloângulo
( ân·gu·lo

ân·gu·lo

)


nome masculino

1. Espaço entre dois planos ou duas linhas que se encontram ou se cortam.

2. [Geometria] [Geometria] Figura formada por duas semi-rectas com o vértice como origem comum.

3. [Geometria] [Geometria] Medida de afastamento dessas duas semi-rectas.

4. Local onde se encontram duas paredes ou duas superfícies. = CANTO, ESQUINA

5. Saliência ou reentrância de uma superfície. = ARESTA, ESQUINA

6. Maneira de pensar, de compreender, de abordar ou de observar. = PERSPECTIVA, PONTO DE VISTA


ângulo agudo

[Geometria] [Geometria]  Ângulo menor ou menos aberto que o recto, com menos de 90 graus.

ângulo completo

[Geometria] [Geometria]  O mesmo que ângulo giro.

ângulo de incidência

[Geometria] [Geometria]  O formado pelo raio incidente e pela normal ao ponto de incidência.

ângulo de projecção

[Armamento] [Armamento]  Ângulo formado pela linha de tiro com o horizonte.

ângulo esférico

[Geometria] [Geometria]  Porção da esfera compreendida entre dois círculos máximos.

ângulo externo

[Geometria] [Geometria]  O que tem o vértice para dentro.

ângulo facial

[Geometria] [Geometria]  O que tem por vértice a base do dente incisivo e por direcção dos lados o ducto auditivo externo e o ponto mais saliente do coronal.

ângulo giro

[Geometria] [Geometria]  Ângulo que mede 360 graus.

ângulo morto

Zona que está fora do campo de visão de alguém (ex.: o ângulo morto não é apanhado por nenhum dos espelhos retrovisores do carro).

[Militar] [Militar]  O que, por estar formado por perpendiculares ao parapeito de um reduto, estabelece uma zona livre do fogo do inimigo.

ângulo obtuso

[Geometria] [Geometria]  Ângulo maior ou mais aberto que o recto, compreendido entre os 90 e os 180 graus.

ângulo raso

[Geometria] [Geometria]  Ângulo que mede 180 graus.

ângulo recto

[Geometria] [Geometria]  Ângulo que mede 90 graus.

ângulos suplementares

[Geometria] [Geometria]  Aqueles cuja soma vale dois ângulos rectos.

etimologiaOrigem etimológica:latim angulus, -i.

Auxiliares de tradução

Traduzir "Ângulo" para: Espanhol Francês Inglês


Dúvidas linguísticas



"O Sporting colou-se hoje a FC Porto e Benfica na liderança da Superliga portuguesa." Sendo que o correcto seria "O Sporting colou-se hoje ao FC Porto e ao Benfica”, a primeira hipótese poderá também estar correcta?
As regras que regem o emprego ou a omissão de artigos com nomes próprios nem sempre são óbvias, deixando espaço para incertezas, como se depreende da consulta de qualquer compêndio gramatical sobre este assunto (veja-se, por exemplo, a Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998: pp. 214-242).

A frase que refere poderia estar correcta como eventual título de jornal (onde a omissão de artigos e verbos é frequente: Sporting, FC Porto e Benfica na liderança da Superliga portuguesa), sobretudo se o clube desportivo mencionado no início da frase também não fosse precedido de artigo: Sporting colou-se hoje a FC Porto e Benfica na liderança da Superliga portuguesa. Tal como é apresentada, com Sporting precedido de artigo, ao contrário de Porto e Benfica, a frase causa alguma estranheza, sendo preferível indicar todos os artigos: O Sporting colou-se hoje ao FC Porto e ao Benfica na liderança da Superliga portuguesa.




A descrição de "cigano" no Dicionário Priberam, entre outras coisas, diz que os ciganos são trapaceiros. Isto não devia ser revisto por ser preconceituoso?
Um dicionário deve ter palavras e sentidos que podem insultar ou ofender? Além de "cigano", palavras como "galego", "monhé", "judeu", "preto", "fufa" ou "paneleiro"?
O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (DPLP) não diz que os ciganos são trapaceiros; o que se apresenta é, entre outras acepções, um uso real, ainda que potencialmente ofensivo, da palavra cigano como sinónimo de trapaceiro, o que é substancialmente diferente.

A lexicografia actual assume que um dicionário deve seguir uma abordagem descritiva na selecção das palavras e na forma como as define, usando nomeadamente um conjunto de etiquetas ou sinais para assinalar níveis de língua (como linguagem informal ou calão) ou usos específicos (como expressões depreciativas ou insultuosas), não devendo o autor ou editor do dicionário impor a sua opinião sobre o uso da língua.

Por outras palavras, a função de um dicionário passa por uma descrição dos usos da língua, devendo basear-se essencialmente em factos linguísticos e não estabelecer juízos de valor relativamente a eles, antes apresentá-los o mais objectivamente possível. Em relação às definições da palavra cigano, o DPLP veicula o significado que ela apresenta na língua, mesmo que alguns dos seus significados possam revelar o preconceito ou a discriminação presentes no uso da língua.

A acepção que se considera preconceituosa tem curso actualmente em Portugal (como se pode verificar através de pesquisa em corpora e em motores de busca na internet), sendo usada em registos informais e com intenções pejorativas, estando registada, para além de no DPLP, nas principais obras lexicográficas de língua portuguesa, como o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea (Academia das Ciências de Lisboa/Verbo, 2001) ou o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (edição brasileira da Editora Objetiva, 2001; edição portuguesa do Círculo de Leitores, 2002). O DPLP não pode omitir ou branquear determinados significados, independentemente das convicções de cada lexicógrafo ou utilizador do dicionário.

Como acontece com qualquer palavra, o uso desta acepção de cigano decorre da selecção feita por cada utilizador da língua, consoante o registo de língua e o conhecimento das situações de comunicação e dos códigos de conduta social. O preconceito não pode ser imputado ao dicionário, que se deve limitar a registar o uso (daí as indicações de registo pejorativo [Pejor.]). Este não é, na língua portuguesa ou em qualquer outra língua, um caso único, pois as línguas, enquanto sistemas de comunicação, veiculam também os preconceitos da cultura em que se inserem.

Esta reflexão também se aplica a outros exemplos, como o uso dos chamados palavrões, ou tabuísmos, cuja utilização em determinadas situações é considerada altamente reprovável, ou ainda de palavras que têm acepções depreciativas no que se refere a distinções sexuais, religiosas, étnicas, etc.

Ao alertar para termos e empregos preconceituosos, informais ou obscenos, muitas vezes desconhecidos dos falantes, seja porque pertencem a diferentes enquadramentos socioculturais, seja porque são falantes estrangeiros, os dicionários estão a alertar os consulentes para a possibilidade de usarem linguagem ofensiva ou de ferirem as susceptibilidades de outros falantes.