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transições

A forma transiçõespode ser [derivação feminino plural de transirtransir] ou [feminino plural de transiçãotransição].

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transirtransir
|z| |z|
( tran·sir

tran·sir

)
Conjugação:defectiva.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Passar através de ou para dentro de. = ATRAVESSAR, PENETRAR, REPASSAR, TRANSPASSAR, TRASPASSAR

2. Causar grande medo. = APAVORAR, ASSOMBRAR, ASSUSTAR, ATERRAR, ATERRORIZAR


verbo intransitivo

3. Ficar gelado ou tolhido devido ao medo, à dor ou ao frio.

etimologiaOrigem etimológica:latim transeo, -ire, ir além de, transpor, atravessar, passar, decorrer.

transiçãotransição
|zi| |zi|
( tran·si·ção

tran·si·ção

)


nome feminino

1. Passagem de um lugar, estado ou assunto para outro; acto ou efeito de transitar (ex.: aluno em transição de escola; transição da noite para o dia; transição pacífica de poderes). = MUDANÇA

2. Momento intermédio de um processo de evolução ou de transformação (ex.: fase importante da transição da infância para a adolescência; governo de transição).

3. Processo através do qual uma pessoa passa a viver de acordo com o género com que se identifica, diferente do que lhe foi atribuído à nascença, o que implica mudanças sociais, legais ou médicas na sua aparência e na forma como se apresenta (ex.: procedimentos de transição clínica; transição de género).

4. [Cinema, Televisão] [Cinema, Televisão] Técnica ou recurso usado para ligar dois planos ou duas cenas.

5. [Música] [Música] Passagem de um tom para outro.

etimologiaOrigem etimológica:latim transitio, -onis.

transiçõestransições

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Dúvidas linguísticas



O verbo abrir já teve há alguns séculos dois particípios, aberto e abrido? Se já teve porque não tem mais? E desde quando não tem mais? Qual é a regra para que abrir não seja abundante e com dois particípios?
Regra geral, os verbos têm apenas uma forma para o particípio passado. Alguns verbos, porém, possuem duas ou mais formas de particípio passado equivalentes: uma regular, terminada em -ado (para a 1ª conjugação) ou -ido (para a 2ª e 3ª conjugações), e outra irregular, geralmente mais curta.

Como se refere na resposta secado, a forma regular é habitualmente usada com os auxiliares ter e haver para formar tempos compostos (ex.: a roupa já tinha secado; havia secado a loiça com um pano) e as formas do particípio irregular são usadas maioritariamente com os auxiliares ser e estar para formar a voz passiva (ex.: a loiça foi seca com um pano; a roupa estava seca pelo vento).

As gramáticas e os prontuários (ver, por exemplo, a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, das Edições João Sá da Costa, 1998, pp. 441-442) listam os principais verbos em que este fenómeno ocorre, como aceitar (aceitado, aceito, aceite), acender (acendido, aceso) ou emergir (emergido, emerso), entre outros.

Dessas listas (relativamente pequenas) não consta o verbo abrir, nem há registos de que tenha constado. No entanto, por analogia, têm surgido, com alguma frequência, sobretudo no português do Brasil, formas participiais irregulares como *cego (de cegar), *chego (de chegar), *pego (de pegar), *prego (de pregar) ou *trago (de trazer).

Por outro lado, há também aparecimento de formas regulares como *abrido (de abrir) ou *escrevido (de escrever), por regularização dos particípios irregulares aberto ou escrito.

Na norma da língua portuguesa as formas assinaladas com asterisco (*) são desaconselhadas e devem ser evitadas.




Tenho uma dúvida na utilização dos pronomes "lhe" ou "o". Por exemplo, nesta frase, qual é a forma correta: "para Carlos não lhe perturbava a existência, ou mesmo a necessidade dos movimentos da vanguarda" ou " para Carlos não o perturbava a existência, ou mesmo a necessidade dos movimentos da vanguarda"?
A questão que nos coloca toca uma área problemática no uso da língua, pois trata-se de informação lexical, isto é, de uma estrutura que diz respeito a cada palavra ou constituinte frásico e à sua relação com as outras palavras ou outros constituintes frásicos, e para a qual não há regras fixas. Na maioria dos casos, os utilizadores conhecem as palavras e empregam as estruturas correctas, e normalmente esse conhecimento é tanto maior quanto maior for a experiência de leitura do utilizador da língua.

No caso dos pronomes clíticos de objecto directo (o, os, a, as, na terceira pessoa) ou de objecto indirecto (lhe, lhes, na terceira pessoa), a sua utilização depende da regência do verbo com que se utilizam, isto é, se o verbo selecciona um objecto directo (ex.: comeu a sopa = comeu-a) ou um objecto indirecto (ex.: respondeu ao professor = respondeu-lhe); há ainda verbos que seleccionam ambos os objectos, pelo que nesses casos poderá dar-se a contracção dos pronomes clíticos (ex.: deu a bola à criança = deu-lhe a bola = deu-lha).

O verbo perturbar, quando usado como transitivo, apenas selecciona objectos directos não introduzidos por preposição (ex.: a discussão perturbou a mulher; a existência perturbava Carlos), pelo que deverá apenas ser usado com pronomes clíticos de objecto directo (ex.: a discussão perturbou-a; a existência perturbava-o) e não com pronomes clíticos de objecto indirecto.

Assim sendo, das duas frases que refere, a frase “para Carlos, não o perturbava a existência, ou mesmo a necessidade dos movimentos da vanguarda” pode ser considerada mais correcta, uma vez que respeita a regência do verbo perturbar como transitivo directo. Note que deverá usar a vírgula depois de “para Carlos”, uma vez que se trata de um complemento circunstancial antecipado.