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talões

A forma talõesé [masculino plural de talãotalão].

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talãotalão
( ta·lão

ta·lão

)


nome masculino

1. [Anatomia] [Anatomia] Parte posterior do pé. = CALCANHAR

2. [Por extensão] [Por extensão] Parte do calçado que cobre o calcanhar.

3. Parte posterior do casco da besta.

4. Parte de recibo ou documento que fica em poder da pessoa que fez a entrega da outra parte. = CANHOTO

5. Documento que serve de comprovativo, geralmente de uma despesa (ex.: talão da caixa do supermercado).

6. [Agricultura] [Agricultura] Vara que, na poda das vinhas, se deixa ficar mais próxima da terra.

7. [Agricultura] [Agricultura] Extremidade do ramo podado.

8. [Arquitectura] [Arquitetura] [Arquitetura] Moldura côncava na parte inferior e convexa na parte superior (talão reverso), ou vice-versa (talão direito). = GOLA

9. Instrumento próprio para fazer essas molduras.

10. [Automóvel] [Automóvel] Aro no interior dos pneus dos automóveis.

11. [Construção] [Construção] Entalhe numa viga sobre que assenta outra peça de madeira.

12. [Música] [Música] Parte inferior do arco de instrumentos como o violino, a rabeca, etc., onde está o parafuso que regula o estiramento das cordas.


talão da caixa

[Náutica] [Náutica]  A peça que fica no extremo da quilha e onde encaixa o pé da roda.

talão da quilha

[Náutica] [Náutica]  Cada um dos madeiros de que se compõe a quilha de uma embarcação.

etimologiaOrigem etimológica:latim vulgar talo, -onis, do latim talus, -i, calcanhar, tornozelo.

Colectivo:Coletivo:Coletivo:carnê.
talõestalões

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Dúvidas linguísticas



Qual seria a pronúncia correta de besta (animal quadrúpede) e beste (arma para arremessar setas) ? A pronúncia seria a mesma?
As formas besta (animal quadrúpede) e besta [não beste, como refere] (arma para arremessar setas) são homógrafas, i. e., escrevem-se da mesma forma mas têm pronúncias diferentes: besta (arma) pronuncia-se com /é/ (bésta) e besta (quadrúpede) pronuncia-se com /ê/ (bêsta).



A minha dúvida é relativa ao novo Acordo Ortográfico: gostava que me esclarecessem porque é que "lusodescendente" escreve-se sem hífen e "luso-brasileiro", "luso-americano" escreve-se com hífen. É que é um pouco difícil de se compreender, e já me informei com algumas pessoas que não me souberam dizer o porquê de ser assim. Espero uma resposta de vossa parte com a maior brevidade possível.
Não há no texto legal do Acordo Ortográfico de 1990 uma diferença clara entre as palavras que devem seguir o disposto na Base XV e o disposto na Base XVI. Em casos como euroafricano/euro-africano, indoeuropeu/indo-europeu ou lusobrasileiro/luso-brasileiro (e em outros análogos), poderá argumentar-se que se trata de "palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido" (Base XV) para justificar o uso do hífen. Por outro lado, poderá argumentar-se que não se justifica o uso do hífen uma vez que se trata de "formações com prefixos (como, por exemplo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e de formações por recomposição, isto é, com elementos não autónomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.)" (Base XVI).

Nestes casos, e porque afro-asiático, afro-luso-brasileiro e luso-brasileiro surgem no texto legal como exemplos da Base XV, a Priberam aplicou a Base XV, considerando que "constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido". Trata-se de uma estrutura morfológica de coordenação, que estabelece uma relação de equivalência entre dois elementos (ex.: luso-brasileiro = lusitano e brasileiro; sino-japonês = chinês e japonês).

São, no entanto, excepção os casos em que o primeiro elemento não é uma unidade sintagmática e semântica e se liga a outro elemento análogo, não podendo tratar-se de justaposição (ex.: lusófono), ou quando o primeiro elemento parece modificar o valor semântico do segundo elemento, numa estrutura morfológica de subordinação ou de modificação, que equivale a uma hierarquização dos elementos (ex.:  eurodeputado = deputado [que pertence ao parlamento europeu]; lusodescendente = descendente [que provém de lusitanos]).

É necessário referir ainda que o uso ou não do hífen nestes casos não é uma questão nova na língua portuguesa e já se colocava antes da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Em diversos dicionários e vocabulários anteriores à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 já havia práticas ortográficas que distinguiam, tanto em Portugal como no Brasil, o uso do hífen entre euro-africano (sistematicamente com hífen) e eurodeputado (sistematicamente sem hífen).