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simplórios

Davo é na comédia latina o tipo de escravo dedicado, mas simplório e bonacheirão, enquanto Édipo é o tipo de espírito vivo e subtil capaz de adivinhar enigmas, como adivinhou o da esfinge....


coio | n. m. | adj.

Seixo, pedra miúda....


matarruano | n. m.

Pessoa rude ou pouco sofisticada....


louraça | n. 2 g.

Pessoa de cabelo louro....


pax-vóbis | n. m. 2 núm.

Pessoa condiderada simplória e pacífica....


chapetão | adj. n. m.

Que ou o que é inexperiente ou muito ingénuo....


lapantana | adj. 2 g. n. 2 g.

Que ou quem é muito crédulo....


pacóvio | adj. n. m.

Que ou quem é considerado ingénuo ou aparvalhado....


panaca | adj. 2 g. n. 2 g.

Que ou pessoa que se considera simplória ou ingénua....


crendeiro | adj. n. m.

Que ou aquele que acredita em bruxedos, em alusões populares, ridículas, absurdas....


vacilão | adj. n. m.

Que ou quem é muito ingénuo, sendo facilmente enganado....


pobre | adj. 2 g. | adj. 2 g. n. 2 g. | n. 2 g.

Que aparenta ou revela pobreza (ex.: ambiente pobre)....


tolo | adj. n. m. | adj.

Que ou quem revela falta de inteligência (ex.: acusou-a de ser tola; só um tolo não consegue fazer essas contas)....


cafona | adj. 2 g. n. 2 g.

Que ou quem revela falta de requinte, de bom gosto. (Equivalente no português de Portugal: piroso.)...



Dúvidas linguísticas



Gostaria de saber se é correcto dizer a gente em vez de nós.
A expressão a gente é uma locução pronominal equivalente, do ponto de vista semântico, ao pronome pessoal nós. Não é uma expressão incorrecta, apenas corresponde a um registo de língua mais informal. Por outro lado, apesar de ser equivalente a nós quanto ao sentido, implica uma diferença gramatical, pois a locução a gente corresponde gramaticalmente ao pronome pessoal ela, logo à terceira pessoa do singular (ex.: a gente trabalha muito; a gente ficou convencida) e não à primeira pessoa do plural, como o pronome nós (ex.: nós trabalhamos muito; nós ficámos convencidos).

Esta equivalência semântica, mas não gramatical, em relação ao pronome nós origina frequentemente produções dos falantes em que há erro de concordância (ex.: *a gente trabalhamos muito; *a gente ficámos convencidos; o asterisco indica agramaticalidade) e são claramente incorrectas.

A par da locução a gente, existem outras, também pertencentes a um registo de língua informal, como a malta ou o pessoal, cuja utilização é análoga, apesar de terem menor curso.




Desde sempre usei a expressão quando muito para exprimir uma dúvida razoável ou uma cedência como em: Quando muito, espero por ti até às 4 e 15. De há uns tempos para cá, tenho ouvido E LIDO quanto muito usado para exprimir o mesmo. Qual deles está certo?
No que diz respeito ao registo lexicográfico de quando muito ou de quanto muito, dos dicionários de língua que habitualmente registam locuções, todos eles registam apenas quando muito, com o significado de “no máximo” ou “se tanto”, nomeadamente o Grande Dicionário da Língua Portuguesa (coordenado por José Pedro Machado, Lisboa: Amigos do Livro Editores, 1981), o Dicionário Houaiss (Lisboa: Círculo de Leitores, 2002) e o Dicionário Aurélio (Curitiba: Positivo, 2004). A única excepção é o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências (Lisboa: Verbo, 2001), que regista como equivalentes as locuções adverbiais quando muito e quanto muito. Do ponto de vista lógico e semântico, e atendendo às definições e distribuições de quando e quanto, a locução quando muito é a que parece mais justificável, pois uma frase como quando muito, espero por ti até às 4 e 15 seria parafraseável por espero por ti até às 4 e 15, quando isso já for muito ou demasiado. Do ponto de vista estatístico, as pesquisas em corpora e em motores de busca evidenciam que, apesar de a locução quanto muito ser bastante usada, a sua frequência é muito inferior à da locução quando muito. Pelos motivos acima referidos, será aconselhável utilizar quando muito em detrimento de quanto muito.

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