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missinhas

A forma missinhasé [derivação feminino plural de missamissa].

Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um clique. Experimente!
missamissa
( mis·sa

mis·sa

)


nome feminino

1. [Religião católica] [Religião católica] Na religião católica, celebração do sacrifício do corpo e do sangue de Jesus Cristo, que é feito no altar pelo ministério do padre. = EUCARISTIA

2. [Música] [Música] Conjunto de peças musicais compostas para acompanhar os textos litúrgicos da missa.


ajudar à missa

[Religião católica] [Religião católica]  Servir de acólito na celebração da missa.

[Figurado] [Figurado] Acompanhar (a outrem) na maledicência ou numa má acção.

ir à missa

Ir à fava.

missa baixa

[Religião católica] [Religião católica]  O mesmo que missa rezada.

missa calada

[Religião católica] [Religião católica]  O mesmo que missa rezada.

missa chã

[Religião católica] [Religião católica]  O mesmo que missa rezada.

missa campal

[Religião católica] [Religião católica]  A que é dita em altar armado ao ar livre.

missa cantada

[Religião católica] [Religião católica]  Missa celebrada com solenidade e canto ou música especialmente composta para essa missa.

missa da meia-noite

[Religião católica] [Religião católica]  O mesmo que missa do galo.

missa de caçador

A que o padre diz depressa.

missa de corpo presente

[Religião católica] [Religião católica]  A que se diz por intenção de um morto cujo cadáver está presente.

missa de réquiem

[Religião católica] [Religião católica]  A que o celebrante diz para encomendar a alma de um defunto.

missa do galo

[Religião católica] [Religião católica]  Missa celebrada na noite de Natal.

missa do parto

[Portugal: Madeira] [Portugal: Madeira] [Religião católica] [Religião católica]  Cada uma das 9 missas especiais, realizadas em muitas igrejas do arquipélago da Madeira, na madrugada dos nove dias que antecedem o dia de Natal.

missa negra

Paródia sacrílega, realizada pelos adeptos da magia negra e do satanismo.

missa nova

[Religião católica] [Religião católica]  A primeira que o padre celebra.

missa particular

[Religião católica] [Religião católica]  O mesmo que missa rezada.

missa pontifical

[Religião católica] [Religião católica]  Missa cantada por um prelado.

missa rezada

[Religião católica] [Religião católica]  Missa ordinária, em que não há canto. = MISSA BAIXA, MISSA CALADA, MISSA CHÃ, MISSA PARTICULAR

missa seca

Aquela em que o padre não comunga.

não ir à missa com

[Informal] [Informal] Não simpatizar com alguém.

não saber da missa (nem) a metade

[Informal] [Informal] Estar mal informado ou conhecer apenas uma parte dos factos; não saber meia missa.

não saber meia missa

[Informal] [Informal] Não saber a verdade completa; não saber da missa (nem) a metade.

etimologiaOrigem etimológica:latim missa, feminino do particípio passado do latim mitto, -ere, enviar, mandar, de Ite, missa est, ide, está enviada [a oração ou a mensagem], fórmula do final da eucaristia.

missinhasmissinhas


Dúvidas linguísticas



Tenho sempre uma dúvida: utiliza-se crase antes de pronomes demonstrativos como esse, essa, esta, este?
A crase é a contracção de duas vogais iguais, sendo à (contracção da preposição a com o artigo definido a) a crase mais frequente. Para que se justifique esta crase é necessário que haja um contexto em que estejam presentes a preposição a e o artigo a (ex.: A [artigo] menina estava em casa; Entregou uma carta a [preposição] uma menina; Entregou uma carta à [preposição + artigo] menina). Ora, os pronomes demonstrativos não coocorrem com preposições (ex.: Esta menina estava em casa; *A [artigo] esta menina estava em casa; Entregou a carta a [preposição] esta menina; *Entregou a carta à [preposição + artigo] esta menina; o asterisco indica agramaticalidade), pelo que não poderá haver crase antes de artigos demonstrativos, mas apenas a ocorrência da preposição, quando o contexto o justifique.

Além do que foi dito acima, é de referir que pode haver crase com um artigo demonstrativo começado por a- (ex.: Não prestou atenção àquilo [preposição a + pronome demonstrativo aquilo]), mas trata-se da contracção da preposição a com a primeira vogal do pronome demonstrativo (ex.: àquele, àqueloutro, àquilo).




Tenho assistido a várias discussões sobre as palavras escoteiro/escuteiro e sobre escotismo/escutismo e gostaria de uma explicação linguística. São sinónimos ou são coisas diferentes?
Relativamente ao uso geral da língua, as palavras escoteiro/escuteiro e escotismo/escutismo correspondem a dois pares de sinónimos, a que se podem juntar outros pares como escotista/escutista ou escoteirismo/escuteirismo. Qualquer delas está correcta ortograficamente e pode dizer-se que são pares de variantes gráficas homófonas.

A discussão que se gera à volta delas decorre essencialmente do registo lexicográfico destas palavras (ou da ausência dele) ou de visões ligeiramente diferentes do chamado movimento escutista (ou escotista).

Para compreendermos melhor os argumentos utilizados, é necessário fazer alguma pesquisa, não tanto linguística, mas acerca da história do próprio movimento escutista em Portugal, que permita perceber o motivo da existência destas variantes (no Brasil, o problema não se coloca, pois as variantes com -u- são consideradas lusismos). Para isso, é esclarecedora a breve nota a que podemos aceder no sítio da Associação de Escoteiros de Portugal, que nos apresenta brevemente a história do movimento, salientando que esta foi a primeira associação de Portugal que utilizou a palavra escoteiro, já existente na língua e com o significado de "pessoa que viaja sem bagagem", para traduzir o inglês scout. Só mais tarde apareceu o Corpo Nacional de Escutas, movimento católico que assumiu uma dimensão maior e que, para a tradução de scout, utilizou a palavra escuta (de que depois derivaram escuteiro e escutista), já existente na língua como derivado regressivo do verbo escutar.

Sem ter a pretensão de fazer um levantamento exaustivo na lexicografia portuguesa, podemos verificar no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado que a palavra escoteiro está documentada na língua desde o séc. XVI em Lendas da Índia por Gaspar Correia, publicadas pela Ordem da Classe de Ciências Morais, Políticas e Belas Letras da Academia Real das Ciências de Lisboa, sob a direcção de Rodrigo José de Lima Felner, 1858: "…tudo puderam bem carregar, ficando os homens escoteiros e despejados para andar o caminho". O registo da acepção que diz respeito aos membros de movimentos semelhantes àquele que foi criado por Baden-Powell é bem mais recente.

Rebelo Gonçalves, no seu Vocabulário da Língua Portuguesa (Coimbra: Coimbra Editora, 1966), referência importante para a lexicografia portuguesa, considera escoteiro, escotismo e escotista como variantes brasileiras de escuteiro, escutismo e escutista, respectivamente. Nesta opção, segue o que está no Vocabulário Ortográfico Resumido da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1947).

Também o dicionário de Cândido de Figueiredo regista escoteiro como brasileirismo, na acepção que aqui nos interessa e as formas escuta e escuteiro como as preferenciais em Portugal. De notar que estamos a falar da edição coordenada por Rui Guedes (25.ª ed., 1996), pois em edições antigas, nomeadamente na edição de 1913, por exemplo, apenas consta a entrada escoteiro, com a acepção "aquele que viaja sem bagagem".

José Pedro Machado, nas várias edições do Grande Dicionário da Língua Portuguesa (por exemplo, Lisboa: Amigos do Livro, 1981 e Lisboa: Círculo de Leitores, 1991), outra grande referência na lexicografia portuguesa, regista também escuteiro (assinalando neste verbete, que "No Brasil, usa-se a forma escoteiro"), escutismo e escutista (nestes dois últimos verbetes, confrontando com as formas em -o- para avisar o consulente de que se trata de verbetes diferentes, não sinónimos). Curiosamente, não regista escuteirismo, mas sim escoteirismo, definindo-o de maneira bastante abrangente, de modo a incluir o movimento idealizado por Baden-Powell e qualquer movimento organizado em moldes semelhantes. Por outro lado, se no verbete escuteiro este dicionário assinala a forma escoteiro como brasileira, no verbete escoteiro, com o sentido sobre os qual nos debruçamos, não tem qualquer indicação de que se trata de brasileirismo, estando o verbete escoteiro definido, com etimologia e sem qualquer registo geográfico (o mesmo acontece com escotismo, que remete para escoteirismo).

O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Verbo, 2001), por sua vez, parece ser o primeiro a registar os vários pares de variantes gráficas, sem distinguir registos de língua pertinentes. Neste sentido apresenta a definição nas formas com -u-, por serem mais usuais, e uma remissão nas formas com -o-.

Por motivos diversos, quer etimológicos, quer históricos, estes pares de palavras surgiram na língua, à semelhança de muitos outros casos de variação, e podem ser considerados sinónimos, sem que haja motivo para considerar uma ou outra forma mais correcta do que outra. Adicionalmente, e sobretudo entre os membros ou simpatizantes do movimento escotista/escutista em Portugal, a distinção escoteiro ou escuteiro permite também distinguir, respectivamente, entre os membros da Associação de Escoteiros de Portugal (de cariz interconfessional) e os membros, bem mais numerosos, do Corpo Nacional de Escutas (de cariz católico e estruturado numa relação directa com as dioceses).