Negocia ou negoceia? Em português de Portugal, a 3ª pessoa do
singular do Presente do Indicativo é negocia ou negoceia? Aprendi
na escola (portuguesa) e sempre disse negoceia e qual o meu espanto que
aqui, na Priberam, aparece o vocábulo negocia na conjugação do verbo.
Como no corrector de português de Portugal a expressão Ele negocia não
apresenta erro, deduzo que as duas formas estarão correctas. Se por aqui, no
Brasil, o termo usado é negocia, pergunto qual o termo que um português
deve aplicar.
No português de Portugal é aceite a dupla conjugação do verbo negociar
nas formas do presente do indicativo (negocio/negoceio,
negocias/negoceias, negocia/negoceia, negociam/negoceiam),
do presente do conjuntivo (negocie/negoceie, negocies/negoceies,
negocie/negoceie, negociem/negoceiem) e do
imperativo (negocia/negoceia, negocie/negoceie,
negociem/negoceiem), ao contrário do português do Brasil, que apenas
permite a conjugação com a vogal temática -i- e não com o ditongo -ei-
(negocio, negocias, etc.).
A mesma diferença de conjugação entre as duas normas do português (europeia e
brasileira) apresentam os verbos derivados de negociar (desnegociar,
renegociar), bem como os verbos agenciar, cadenciar,
comerciar, diligenciar, licenciar, obsequiar e
premiar.
O que é que "tôu" significa? Aqui está a referência em Português, de uma canção de Ed Motta, famoso cantador brasileiro:
"Tôu com alguém que me tirou do normal".
O verbo
estar
é por vezes usado oralmente em contextos informais na sua forma aferética tar,
com supressão da sílaba inicial es- (ex.: Eu [es]tou
com fome; Ela [es]tá atrasada; Nós [es]tamos sem paciência; Eles [es]tão
muito animados). A forma aferética da primeira pessoa do singular do
presente do indicativo (tou) pode também ser transcrita informalmente como tô,
dado ser uma grafia mais económica que reproduz o mesmo som.
A grafia tôu,
que menciona na sua dúvida, resulta provavelmente da confusão das duas grafias
anteriores e não deverá ser usada porque não respeita as regras de acentuação do português.
Sublinhe-se que em contextos não informais estas formas reduzidas deverão ser evitadas.