A página a que acedeu ou a pesquisa que efectuouefetuouefetuou não deu resultados. Verifique se incluiu na pesquisa caracterescaraterescaracteres inválidos.
Posso utilizar a expressão e/ou em um texto formal? Se não, como escrevê-la? Posso escrever e ou ou e, ou?
As palavras e
e ou são conjunções coordenativas, isto é, relacionam termos que
podem ter a mesma função na frase (ex.: vou comprar umas calças azuis e
brancas; vou comprar umas calças azuis ou brancas), sendo que
a conjunção e indica adição (ex.: calças azuis e brancas)
e a conjunção ou indica alternativa (ex.: calças azuis ou
brancas).
A expressão e/ou é utilizada para exprimir de maneira económica e clara
três hipóteses, duas delas contidas numa alternativa (uma coisa ou
outra) e a outra contida numa adição (uma coisa e outra). Por
exemplo, numa frase como todos os utilizadores têm o direito de
rectificação e/ou eliminação dos seus dados pessoais, o texto
destacado indica que é possível 1) a rectificação dos seus dados pessoais, 2) a
eliminação dos seus dados pessoais, 3) a rectificação dos seus dados pessoais e
a eliminação dos seus dados pessoais. Os pontos 1) e 2) estão contidos na
alternativa com ou e o ponto 3) está contido na adição com e.
Não há qualquer motivo para a não utilização desta expressão num texto formal. A
barra indica opcionalidade entre o e e o ou:
rectificação e/ou eliminação dos seus dados pessoais = rectificação e eliminação dos seus dados pessoais / rectificaçãooueliminação dos seus dados pessoais.
Gostaria de esclarecimento quanto ao uso do se não e senão.
Para a distinção entre a palavra senão e a locução se não, é necessário analisar os contextos em que as mesmas ocorrem.
A palavra
senão pode ter vários usos, consoante a classe gramatical a que pertence. Como preposição, é usada antes de grupos nominais ou frases infinitivas para indicar uma excepção ou uma restrição, geralmente em frases
negativas (ex.: não comeu nada senão chocolates;não fazia senão resmungar; não teve alternativa senão refazer o trabalho) ou interrogativas (ex.: que
alternativa tenho senão refazer tudo? fazes outra coisa
senão dormir?). Como conjunção, a palavra é usada para
introduzir uma frase subordinada que indica uma consequência se houver negação
do que é dito na oração principal (ex.: estuda, senão terás
negativa no teste = não estudas, então tens negativa
no teste). Pode ainda ser substantivo, indicando uma “qualidade
negativa” (ex.: a casa tem apenas um senão: é muito fria no
Inverno).
Os contextos acima (especialmente aquele em que senão é conjunção) são
frequentemente confundidos com o uso da palavra
seseguida do advérbio
não. De entre os valores de se (enunciados na resposta
se: conjunção ou pronome), os que mais frequentemente aparecem
combinados com o advérbio não são os de conjunção condicional (ex.
poderá incorrer em contra-ordenação, se não respeitar o código
da estrada; agiu como se não tivesse acontecido nada) e
de conjunção integrante (ex.: perguntou se não havia
outra solução; verificou se não se esquecera de nada).
A confusão que alguns falantes fazem entre estas construções advém
adicionalmente do facto de o uso como conjunção senão poder ocorrer
algumas vezes no mesmo contexto do uso da conjunção condicional se. Por
exemplo, na frase estuda, senão terás negativa no teste é possível
admitir o uso da conjunção se seguida do advérbio não, partindo da
hipótese de que se pode tratar de uma oração condicional em que o verbo está
omitido (estuda, se não [estudares] terás negativa no teste). O
uso da locução se não nos contextos de senão como preposição e
como substantivo é incorrecta (ex.: *não comeu nada se não chocolates;
*a casa tem apenas um se não) e vice-versa (ex.: *agiu como senão tivesse
acontecido nada; *verificou senão se esquecera de nada).
Há outros contextos mais raros em que há ocorrência de se seguido de
não, como na inversão da ordem normal do advérbio e do pronome clítico se
(ex.: é bom que se não experimente uma tragédia
semelhante = que não se experimente).