O uso da palavra empoderamento como tradução para empowerment é correto, ou trata-se de neologismo? A palavra apoderamento tem o sentido reflexivo do verbo apoderar-se, que não encontramos no verbo to empower e seu significado. Qual o melhor termo para traduzir a expressão do inglês, para a qual encontrei o sentido de investir de poder ou autoridade legal; suprir com uma habilidade, habilitar?
O substantivo
apoderamento parece realmente distinto de
empoderamento, já que é
a acção de se apoderar, de tomar posse.
Pesquisas feitas em corpora e em motores de busca da Internet em língua
portuguesa revelam que o uso de empoderamento, adaptação do inglês
empowerment, é já bastante generalizado, razão que pode ter estado na origem
da inclusão do termo no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea
(Lisboa: Academia das Ciências/Verbo, 2001), onde é definido como "obtenção,
alargamento ou reforço de poder". Este neologismo, cuja formação respeita as
regras morfológicas da língua portuguesa, refere-se maioritariamente ao aumento
da força política, social ou económica de grupos alvo de discriminação (étnica,
religiosa, sexual ou outra). Na esfera individual, refere-se ao desenvolvimento
das capacidades de um indivíduo, à sua realização pessoal.
Quanto ao verbo inglês to empower (cuja adaptação dá origem ao verbo
empoderar), para além dos sentidos de "autorizar"
e de "proporcionar", ele também significa "promover a afirmação ou a
influência", segundo o dicionário inglês
Merriam-Webster Online. Novamente, pesquisas em corpora e em motores de busca atestam a
utilização de diversas formas do verbo empoderar.
Porque escrevemos Henrique com um r e não dois rr? Qual a regra?
A ortografia é um
conjunto de regras convencionadas e, na maioria das vezes, é o utilizador da
língua que mais lê e mais consulta obras de referência, como dicionários,
prontuários e afins, que melhor conhece essas regras e que melhor escreve. Há, no entanto, algumas indicações úteis, no caso da letra r:
a) O erre simples (r) representa o som [R] (consoante vibrante velar) em
início de palavra (ex.: rasar, régua, rua), a
seguir a uma vogal nasal (ex.: Henrique, honra, tenro),
ou em início de sílaba a seguir a uma consoante (ex.: israelita, melro).
b) O erre simples (r) representa o som [r] (consoante vibrante alveolar)
em contexto intervocálico, antecedido de vogal oral (ex.: cara, puro),
nos grupos consonânticos br, cr, dr, fr, gr, pr, tr e vr (ex.:
abrir, credo, coldre, fraco, grua, imprimir,
latrina, nevrose), ou em final de sílaba (ex.: cargo,
partir, querer, surto); o erre simples nunca representa
o som [r] em início de palavra.
c) O erre dobrado (rr) representa sempre o som [R] e apenas em contextos
intervocálicos (ex.: barra, errado, mirra, socorro,
urro), nunca em início de palavra ou depois de consoante.