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espontâneo

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espontâneoespontâneo
( es·pon·tâ·ne·o

es·pon·tâ·ne·o

)


adjectivoadjetivo

1. Não aconselhado nem forçado; feito ou dito de livre vontade.

2. Que se realiza por si só e sem causa aparente; que não é provocado.

3. [Botânica] [Botânica] Que nasce e se desenvolve sem ser semeado ou cultivado e sem cuidados especiais. = BRAVIO, BRAVO, SELVAGEM, SILVESTRE

etimologiaOrigem etimológica:latim spontaneus, -a, -um.

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Dúvidas linguísticas


Morfologicamente, como classificamos a expressão "cerca de"?
A expressão cerca de é composta pelo (pouco usado) advérbio cerca seguido da preposição de, sequência (advérbio + preposição) que, segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra (Lisboa: Ed. João Sá da Costa, 1998, 14.ª ed., p. 541) faz dela uma locução prepositiva, isto é, uma locução que tem a função de uma preposição. Esta locução é assim classificada no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, um dos raros dicionários que classificam as locuções; no entanto, em alguns contextos, esta locução tem um comportamento que a aproxima mais de um advérbio do que de uma preposição (ex.: esperei cerca de 30 minutos = esperei aproximadamente 30 minutos), pelo que nestes casos, deveria ser considerada uma locução adverbial.



A questão da regência verbal sempre foi problemática na língua portuguesa e, se calhar, em todas as outras. Mas, uma das regências mais controversas é a do verbo apelar. Uns insistem que a preposição exigida por este verbo é a, enquanto outros consideram que é para. Qual será então a forma correcta? Por exemplo, devemos dizer o padre apelou os crentes para se manterem fiéis à doutrina ou o padre apelou aos crentes a manterem-se fiéis à doutrina?
O verbo apelar pode ser intransitivo, isto é, admite uma construção sem complemento nominal obrigatório (ex.: O advogado apelou), ou transitivo indirecto, isto é, admite uma construção com um complemento nominal regido de preposição, que pode ser a, de ou para, consoante os contextos ou as acepções. A construção de apelar com a preposição de é usual no sentido que diz respeito a recurso de decisões ou sentenças (ex. O advogado apelou da sentença). As construções que parecem ser objecto de dúvida são aquelas em que se utiliza as preposições a ou para. Neste caso, ambas estão atestadas nos principais dicionários de língua e de regência verbais, sendo possíveis e correctas as construções O padre apelou aos crentes ou O padre apelou para os crentes. Esta construção pode ainda complicar-se como o exemplo apresentado sugere: O padre apelou aos crentes para se manterem fiéis.

Os dicionários e as gramáticas geralmente não se pronunciam sobre estas construções mais complexas, por haver dificuldade em descrevê-las ou designá-las. Neste caso, o complemento assinalado constitui um outro complemento indirecto que se articula com o primeiro. Do ponto de vista sintáctico, não parece existir motivo para a preposição não poder ser a mesma nos dois casos (ex.: O padre apelou aos crentes a se manterem fiéis.), mas para evitar ambiguidades ou dificuldades de percepção, a preposição deverá ser diferente. Se se entender que a construção é demasiado complexa, é possível simplificá-la apenas com um complemento indirecto, mantendo toda a informação semântica (ex.: O padre apelou a que os crentes se mantivessem fiéis ou O padre apelou para os crentes se manterem fiéis).

A construção que não respeita a regência do verbo é aquela em que existe um complemento directo, isto é, um complemento nominal não regido de preposição. Assim sendo, o exemplo *O padre apelou os crentes para se manterem fiéis à doutrina pode ser considerado agramatical, pois o verbo deve ter um complemento indirecto, logo o complemento destacado deverá ser introduzido por uma preposição: O padre apelou aos crentes para se manterem fiéis à doutrina.