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caraterizara

A forma caraterizarapode ser [primeira pessoa singular do pretérito mais-que-perfeito do indicativo de caracterizarcaraterizarcaracterizar] ou [terceira pessoa singular do pretérito mais-que-perfeito do indicativo de caracterizarcaraterizarcaracterizar].

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caracterizarcaracterizar ou caraterizarcaracterizar
|âct| ou |ât| |âct| ou |ât|
( ca·rac·te·ri·zar ca·rac·te·ri·zar ou ca·ra·te·ri·zar

ca·rac·te·ri·zar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo e pronominal

1. Determinar o carácter.

2. Fazer uma descrição com exactidão das características ou qualidades (ex.: caracterize a personagem principal; pediu a cada um que se caracterizasse). = DESCREVER

3. Tornar ou ficar saliente ou evidente (ex.: a frontalidade caracteriza-o; a adolescência caracteriza-se por mudanças físicas e psicológicas). = ASSINALAR, DISTINGUIR, EVIDENCIAR

4. Realizar modificações no rosto ou no corpo para corresponder às características ou necessidades de uma personagem ou de uma aparição em cinema, teatro ou televisão; fazer a caracterização artística ou estética de alguém ou de si próprio (ex.: caracterizar os actores; o palhaço caracteriza-se sozinho).

etimologiaOrigem etimológica:francês caractériser.
sinonimo ou antonimo Dupla grafia pelo Acordo Ortográfico de 1990: caraterizar.
sinonimo ou antonimo Grafia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990: caracterizar.
grafiaGrafia no Brasil:caracterizar.
grafiaGrafia em Portugal:caraterizar.
caraterizaracaraterizara


Dúvidas linguísticas



A expressão "para inglês ver", utilizada no Brasil, tem o sentido de algo que é feito apenas para atender uma formalidade, sem funcionar na prática, ou significa algo que tem ares de perfeição, de excelência na sua qualidade?
A expressão para inglês ver, utilizada quer no Brasil quer em Portugal, tem o significado “sem validade real, apenas para efeitos de imagem ou aparência” (ex.: o seu cargo era só para inglês ver; fizeram obras de recuperação no edifício para inglês ver).



A minha dúvida é relativa ao novo Acordo Ortográfico: gostava que me esclarecessem porque é que "lusodescendente" escreve-se sem hífen e "luso-brasileiro", "luso-americano" escreve-se com hífen. É que é um pouco difícil de se compreender, e já me informei com algumas pessoas que não me souberam dizer o porquê de ser assim. Espero uma resposta de vossa parte com a maior brevidade possível.
Não há no texto legal do Acordo Ortográfico de 1990 uma diferença clara entre as palavras que devem seguir o disposto na Base XV e o disposto na Base XVI. Em casos como euroafricano/euro-africano, indoeuropeu/indo-europeu ou lusobrasileiro/luso-brasileiro (e em outros análogos), poderá argumentar-se que se trata de "palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido" (Base XV) para justificar o uso do hífen. Por outro lado, poderá argumentar-se que não se justifica o uso do hífen uma vez que se trata de "formações com prefixos (como, por exemplo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e de formações por recomposição, isto é, com elementos não autónomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.)" (Base XVI).

Nestes casos, e porque afro-asiático, afro-luso-brasileiro e luso-brasileiro surgem no texto legal como exemplos da Base XV, a Priberam aplicou a Base XV, considerando que "constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido". Trata-se de uma estrutura morfológica de coordenação, que estabelece uma relação de equivalência entre dois elementos (ex.: luso-brasileiro = lusitano e brasileiro; sino-japonês = chinês e japonês).

São, no entanto, excepção os casos em que o primeiro elemento não é uma unidade sintagmática e semântica e se liga a outro elemento análogo, não podendo tratar-se de justaposição (ex.: lusófono), ou quando o primeiro elemento parece modificar o valor semântico do segundo elemento, numa estrutura morfológica de subordinação ou de modificação, que equivale a uma hierarquização dos elementos (ex.:  eurodeputado = deputado [que pertence ao parlamento europeu]; lusodescendente = descendente [que provém de lusitanos]).

É necessário referir ainda que o uso ou não do hífen nestes casos não é uma questão nova na língua portuguesa e já se colocava antes da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Em diversos dicionários e vocabulários anteriores à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 já havia práticas ortográficas que distinguiam, tanto em Portugal como no Brasil, o uso do hífen entre euro-africano (sistematicamente com hífen) e eurodeputado (sistematicamente sem hífen).