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cambas

A forma cambaspode ser [feminino plural de cambacamba], [feminino plural de cambocambo] ou [segunda pessoa singular do presente do indicativo de cambarcambar].

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cambar1cambar1
( cam·bar

cam·bar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo intransitivo

1. Mudar, transformar.

2. Mudar de rumo ou de direcção.

3. [Náutica] [Náutica] Mudar de um bordo para outro (vento, escota das velas, etc.).


verbo transitivo

4. [Antigo] [Antigo] Trocar.

etimologiaOrigem etimológica:alteração de cambiar.
camba1camba1
( cam·ba

cam·ba

)


nome feminino

1. Cada uma das peças curvas que formam a circunferência das rodas dos veículos, a curva das cambotas, etc. = PINA

2. Peça do freio em que entra o tornel da rédea.

3. Nesga triangular em capa ou vestido para lhe dar maior roda.

4. [Antigo] [Antigo] Moinho de mão.

etimologiaOrigem etimológica:origem controversa.
cambar2cambar2
( cam·bar

cam·bar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo intransitivo

1. Ser cambaio; andar com as pernas tortas.

2. Estar coxo (ex.: cambei durante uns dias). = COXEAR


verbo transitivo e intransitivo

3. Entortar ou ficar torto.

etimologiaOrigem etimológica:camba, peça curva + -ar.
Confrontar: sambar.
camba2camba2
( cam·ba

cam·ba

)


nome feminino

1. [Brasil] [Brasil] Criada ou escrava que, no Brasil e em África, ajudava nas tarefas domésticas e acompanhava a sua ama em passeio. = MUCAMBA


nome de dois géneros

2. [Brasil, Depreciativo] [Brasil, Depreciativo] Indivíduo desprezível, sem importância.

etimologiaOrigem etimológica:redução de mucamba.
camba3camba3
( cam·ba

cam·ba

)


nome masculino

[Angola] [Angola] Amigo, camarada, companheiro (ex.: admiro muito a coragem do meu camba).

etimologiaOrigem etimológica:quimbundo kamba, amigo, confidente, aliado.
cambocambo
( cam·bo

cam·bo

)


nome masculino

1. [Agricultura] [Agricultura] Vara para sacudir ou apanhar fruta. = CÃIBO, CAMBÃO, LADRA

2. Pau ou peça comprida.

3. Pau com forquilha para amparar a situação das latadas.

4. Cambada.

5. [Regionalismo] [Regionalismo] Entrançado de cebolas. = RÉSTIA

6. [Antigo] [Antigo] Câmbio.


adjectivoadjetivo

7. Que tem as pernas tortas. = CAMBAIO, CAMBÃO, ZAMBRO

8. Que coxeia. = COXO

etimologiaOrigem etimológica:derivação regressiva de cambar.


Dúvidas linguísticas



Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).




Fui eu quem atirou nele ou fui eu quem atirei nele: qual é o correto e por que motivo?
Na frase em questão há duas orações, uma oração principal (fui eu) e uma oração subordinada relativa (quem atirou nele), que desempenha a função de predicativo do sujeito. O sujeito da primeira oração é o pronome eu e o sujeito da segunda é o pronome relativo quem. Este pronome relativo equivale a ‘a pessoa que’ e não concorda com o seu antecedente, pelo que, na oração subordinada, o verbo deverá concordar com este pronome de terceira pessoa (quem atirou nele) e não com o sujeito da oração principal (*fui eu quem atirei nele). Esta última construção é incorrecta, como se indica através de asterisco (*), pois apresenta uma concordância errada.

Relativamente à frase correcta (Fui eu quem atirou nele) pode colocar-se uma outra opção: Fui eu que atirei nele. Esta última frase seria também uma opção correcta, mas trata-se de uma construção diferente: contém igualmente duas orações, e da primeira oração (fui eu) depende também uma oração subordinada relativa (que atirei nele), mas esta é introduzida pelo pronome relativo que. Este pronome relativo, ao contrário do pronome quem, concorda obrigatoriamente com o antecedente nominal ou pronominal existente na oração anterior, no caso, o pronome eu, pelo que o verbo terá de estar na primeira pessoa (eu que atirei).

Do ponto de vista semântico, as frases Fui eu quem atirou nele e Fui eu que atirei nele equivalem a Eu atirei nele (que contém apenas uma oração), mas correspondem a uma construção sintáctica com duas orações, para focalizar ou dar maior destaque ao sujeito eu.