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barba

A forma barbapode ser [segunda pessoa singular do imperativo de barbarbarbar], [terceira pessoa singular do presente do indicativo de barbarbarbar], [nome feminino plural] ou [nome feminino].

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barbabarba
( bar·ba

bar·ba

)
Imagem

Conjunto dos pêlos que o homem tem na cara.


nome feminino

1. Conjunto dos pêlos que o homem tem na cara.Imagem

2. Parte inferior do rosto, abaixo dos lábios. = MENTO, QUEIXO

3. [Botânica] [Botânica] Prolongamento fino e pontiagudo da inflorescência das gramíneas.Imagem = ARESTA, ARISTA, PRAGANA

4. [Botânica] [Botânica] Conjunto de filamentos alongados de certos vegetais, de seus frutos ou flores (ex.: barba do milho).Imagem

5. [Marinha] [Marinha] Parte inferior do exterior da proa.

barbas


nome feminino plural

6. [Zoologia] [Zoologia] Conjunto de pêlos no focinho ou no bico de alguns animais.

7. [Zoologia] [Zoologia] Conjunto de lâminas córneas da baleia.

8. [Botânica] [Botânica] Conjunto de raízes filamentosas que saem da raiz principal.

9. Conjunto de pêlos ou fios (ex.: barba do pincel; barba do hissope).

10. Parte lateral do que não está convenientemente aparado (ex.: barbas do papel, barbas da madeira).

11. [Figurado] [Figurado] Idade avançada; anos.

12. Designação de qualidades pessoais (ex.: barbas honradas; barbas francas).


à barba longa

[Informal] [Informal] Sem gastar dinheiro próprio; à custa dos outros. = À CUSTA DA BARBA LONGA

barba à americana

Aquela que só é crescida no queixo.

barba a barba

Cara a cara; frente a frente.

barba cerrada

Aquela que é contínua de orelha a orelha.

barba à inglesa

Crescida nas faces e rapada no queixo.

barba rapada

Toda feita.

deitar as barbas de molho

O mesmo que pôr as barbas de molho.

fazer a barba

Cortar ou rapar com uma lâmina os pêlos da cara (ex.: já barbeei dois clientes; cortou-se enquanto fazia a barba). = BARBEAR

fazer barba, cabelo e bigode

[Informal] [Informal] Ganhar tudo (ex.: ficou de braços cruzados enquanto o candidato adversário fez barba, cabelo e bigode na assembleia).

já ter barba(s)

[Informal] [Informal] Ser muito antigo (ex.: essa anedota já tem barbas).

nas barbas de

Na presença de alguém ou com uma proximidade muito grande em relação a alguém (ex.: o roubo aconteceu nas barbas da polícia).

pôr as barbas de molho

Preparar-se para um perigo que se antevê. = ACAUTELAR-SE, PRECAVER-SE

etimologiaOrigem etimológica:latim barba, -ae.

Ver também resposta à dúvida: fazer a barba/desfazer a barba.
barbarbarbar
( bar·bar

bar·bar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo intransitivo

1. Começar a ter barba.

2. Adquirir radículas.

barbabarba

Auxiliares de tradução

Traduzir "barba" para: Espanhol Francês Inglês

Anagramas



Dúvidas linguísticas



Estava com dúvida quanto à escrita do algarismo 16, e procurando resposta no site, fiquei com mais dúvida ainda: dezesseis ou dezasseis? E porquê?
O algarismo 16 pode escrever-se de duas formas: dezasseis é a forma usada em Portugal e dezesseis a forma usada no Brasil. A forma com e aparenta ser a mais próxima da etimologia: dez + e + seis; a forma com a é uma divergência dessa. Esta dupla grafia, cuja razão exacta se perde na história da língua, verifica-se também com os números 17 (dezassete/dezessete) e 19 (dezanove/dezenove).




Tenho assistido a várias discussões sobre as palavras escoteiro/escuteiro e sobre escotismo/escutismo e gostaria de uma explicação linguística. São sinónimos ou são coisas diferentes?
Relativamente ao uso geral da língua, as palavras escoteiro/escuteiro e escotismo/escutismo correspondem a dois pares de sinónimos, a que se podem juntar outros pares como escotista/escutista ou escoteirismo/escuteirismo. Qualquer delas está correcta ortograficamente e pode dizer-se que são pares de variantes gráficas homófonas.

A discussão que se gera à volta delas decorre essencialmente do registo lexicográfico destas palavras (ou da ausência dele) ou de visões ligeiramente diferentes do chamado movimento escutista (ou escotista).

Para compreendermos melhor os argumentos utilizados, é necessário fazer alguma pesquisa, não tanto linguística, mas acerca da história do próprio movimento escutista em Portugal, que permita perceber o motivo da existência destas variantes (no Brasil, o problema não se coloca, pois as variantes com -u- são consideradas lusismos). Para isso, é esclarecedora a breve nota a que podemos aceder no sítio da Associação de Escoteiros de Portugal, que nos apresenta brevemente a história do movimento, salientando que esta foi a primeira associação de Portugal que utilizou a palavra escoteiro, já existente na língua e com o significado de "pessoa que viaja sem bagagem", para traduzir o inglês scout. Só mais tarde apareceu o Corpo Nacional de Escutas, movimento católico que assumiu uma dimensão maior e que, para a tradução de scout, utilizou a palavra escuta (de que depois derivaram escuteiro e escutista), já existente na língua como derivado regressivo do verbo escutar.

Sem ter a pretensão de fazer um levantamento exaustivo na lexicografia portuguesa, podemos verificar no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado que a palavra escoteiro está documentada na língua desde o séc. XVI em Lendas da Índia por Gaspar Correia, publicadas pela Ordem da Classe de Ciências Morais, Políticas e Belas Letras da Academia Real das Ciências de Lisboa, sob a direcção de Rodrigo José de Lima Felner, 1858: "…tudo puderam bem carregar, ficando os homens escoteiros e despejados para andar o caminho". O registo da acepção que diz respeito aos membros de movimentos semelhantes àquele que foi criado por Baden-Powell é bem mais recente.

Rebelo Gonçalves, no seu Vocabulário da Língua Portuguesa (Coimbra: Coimbra Editora, 1966), referência importante para a lexicografia portuguesa, considera escoteiro, escotismo e escotista como variantes brasileiras de escuteiro, escutismo e escutista, respectivamente. Nesta opção, segue o que está no Vocabulário Ortográfico Resumido da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1947).

Também o dicionário de Cândido de Figueiredo regista escoteiro como brasileirismo, na acepção que aqui nos interessa e as formas escuta e escuteiro como as preferenciais em Portugal. De notar que estamos a falar da edição coordenada por Rui Guedes (25.ª ed., 1996), pois em edições antigas, nomeadamente na edição de 1913, por exemplo, apenas consta a entrada escoteiro, com a acepção "aquele que viaja sem bagagem".

José Pedro Machado, nas várias edições do Grande Dicionário da Língua Portuguesa (por exemplo, Lisboa: Amigos do Livro, 1981 e Lisboa: Círculo de Leitores, 1991), outra grande referência na lexicografia portuguesa, regista também escuteiro (assinalando neste verbete, que "No Brasil, usa-se a forma escoteiro"), escutismo e escutista (nestes dois últimos verbetes, confrontando com as formas em -o- para avisar o consulente de que se trata de verbetes diferentes, não sinónimos). Curiosamente, não regista escuteirismo, mas sim escoteirismo, definindo-o de maneira bastante abrangente, de modo a incluir o movimento idealizado por Baden-Powell e qualquer movimento organizado em moldes semelhantes. Por outro lado, se no verbete escuteiro este dicionário assinala a forma escoteiro como brasileira, no verbete escoteiro, com o sentido sobre os qual nos debruçamos, não tem qualquer indicação de que se trata de brasileirismo, estando o verbete escoteiro definido, com etimologia e sem qualquer registo geográfico (o mesmo acontece com escotismo, que remete para escoteirismo).

O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Verbo, 2001), por sua vez, parece ser o primeiro a registar os vários pares de variantes gráficas, sem distinguir registos de língua pertinentes. Neste sentido apresenta a definição nas formas com -u-, por serem mais usuais, e uma remissão nas formas com -o-.

Por motivos diversos, quer etimológicos, quer históricos, estes pares de palavras surgiram na língua, à semelhança de muitos outros casos de variação, e podem ser considerados sinónimos, sem que haja motivo para considerar uma ou outra forma mais correcta do que outra. Adicionalmente, e sobretudo entre os membros ou simpatizantes do movimento escotista/escutista em Portugal, a distinção escoteiro ou escuteiro permite também distinguir, respectivamente, entre os membros da Associação de Escoteiros de Portugal (de cariz interconfessional) e os membros, bem mais numerosos, do Corpo Nacional de Escutas (de cariz católico e estruturado numa relação directa com as dioceses).