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azougue

A forma azouguepode ser [primeira pessoa singular do presente do conjuntivo de azougarazougar], [terceira pessoa singular do imperativo de azougarazougar], [terceira pessoa singular do presente do conjuntivo de azougarazougar] ou [nome masculino].

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azougueazougue
( a·zou·gue

a·zou·gue

)


nome masculino

1. [Pouco usado] [Pouco usado] [Química] [Química] Elemento químico (símbolo: Hg), de número atómico 80, que constitui um corpo metálico líquido que se solidifica aos -40°C. = MERCÚRIO

2. Pessoa muito viva, esperta e irrequieta. = FINÓRIO

3. Esperteza, finura.

4. [Botânica] [Botânica] Planta da família das euforbiáceas, do género Mercurialis. = MERCURIAL

5. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Aguardente de cana. = CACHAÇA

6. [Portugal: Madeira, Informal] [Portugal: Madeira, Informal] Óxido natural de ferro que atrai o ferro e alguns metais. = ÍMAN, MAGNETE

etimologiaOrigem etimológica:árabe az-zauq, mercúrio.

iconeConfrontar: açougue, azoque.
azougarazougar
( a·zou·gar

a·zou·gar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Cobrir ou juntar com azougue.

2. Amalgamar.

3. [Figurado] [Figurado] Tornar vivo, esperto.

4. Fazer murchar (plantas gramíneas) antes de vir a espiga.


verbo intransitivo

5. [Portugal: Açores] [Portugal: Açores] Apodrecer (fruto).

6. [Portugal: Madeira] [Portugal: Madeira] Morrer (falando-se de animais).

7. [Regionalismo] [Regionalismo] Saturar-se de água.

8. Definhar.


verbo pronominal

9. Espertar-se.

10. Assarapantar-se.

azougueazougue


Dúvidas linguísticas



Estava com dúvida quanto à escrita do algarismo 16, e procurando resposta no site, fiquei com mais dúvida ainda: dezesseis ou dezasseis? E porquê?
O algarismo 16 pode escrever-se de duas formas: dezasseis é a forma usada em Portugal e dezesseis a forma usada no Brasil. A forma com e aparenta ser a mais próxima da etimologia: dez + e + seis; a forma com a é uma divergência dessa. Esta dupla grafia, cuja razão exacta se perde na história da língua, verifica-se também com os números 17 (dezassete/dezessete) e 19 (dezanove/dezenove).




Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).