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Acordo Ortográfico de 1990
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tifosa
tifoso
| adj. | n. m.
Tifóide
.
...
Dúvidas linguísticas
semi-sombra / semissombra
Deparei-me com um problema linguístico ao qual não sei dar resposta. Como se deve escrever:
semi sombra
,
semisombra
,
semi-sombra
ou
semissombra
?
A grafia correcta é
semi-sombra
, se estiver a utilizar a ortografia segundo o
Acordo Ortográfico de 1945
, isto é, anterior ao Acordo Ortográfico de 1990. Segundo o Acordo de 1945, na base XXIX, e segundo o
Vocabulário da Língua Portuguesa
, de Rebelo Gonçalves, o prefixo
semi-
só se escreve com hífen quando a palavra que se lhe segue começa por
h
(ex.:
semi-homem
),
i
(ex.:
semi-inconsciente
),
r
(ex.:
semi-racional
) ou
s
(ex.:
semi-selvagem
). Já o
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa
, da Academia Brasileira de Letras, acrescenta que este prefixo é grafado com hífen sempre que a palavra que se lhe segue começa por qualquer vogal. Daí a divergência na escrita entre a norma portuguesa (ex.:
semiaberto
,
semiesfera
,
semioficial
,
semiuncial
) e a norma brasileira (ex.:
semi-aberto
,
semi-esfera
,
semi-oficial
,
semi-uncial
). Se, porém, estiver a utilizar a grafia segundo o
Acordo Ortográfico de 1990
, a grafia correcta é
semissombra
. Segundo este acordo, na sua
Base XVI
, não se emprega o hífen "nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por
r
ou
s
, devendo estas consoantes duplicar-se" (ex.:
semi
rr
acional
,
semi
ss
egredo
). Ainda segundo esta mesma base, deixa de haver divergência entre a norma portuguesa e a brasileira, pois apenas deverá ser usado o hífen quando a palavra seguinte começa por
h
(ex.:
semi-histórico
) ou pela mesma vogal em que termina o prefixo (ex.:
semi-internato
) e não quando se trata de vogal diferente (ex.:
semiautomático
).
lusodescendente vs. luso-brasileiro
A minha dúvida é relativa ao novo Acordo Ortográfico: gostava que me esclarecessem porque é que "lusodescendente" escreve-se sem hífen e "luso-brasileiro", "luso-americano" escreve-se com hífen. É que é um pouco difícil de se compreender, e já me informei com algumas pessoas que não me souberam dizer o porquê de ser assim. Espero uma resposta de vossa parte com a maior brevidade possível.
Não há no texto legal do Acordo Ortográfico de 1990 uma diferença clara entre as palavras que devem seguir o disposto na
Base XV
e o disposto na
Base XVI
. Em casos como
euroafricano/euro-africano
,
indoeuropeu/indo-europeu
ou
lusobrasileiro/luso-brasileiro
(e em outros análogos), poderá argumentar-se que se trata de "palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido" (
Base XV
) para justificar o uso do hífen. Por outro lado, poderá argumentar-se que não se justifica o uso do hífen uma vez que se trata de "formações com prefixos (como, por exemplo:
ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-
, etc.) e de formações por recomposição, isto é, com elementos não autónomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina (tais como:
aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-
, etc.)" (
Base XVI
). Nestes casos, e porque
afro-asiático
,
afro-luso-brasileiro
e
luso-brasileiro
surgem no texto legal como exemplos da Base XV, a Priberam aplicou a Base XV, considerando que "constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido". Trata-se de uma estrutura morfológica de coordenação, que estabelece uma relação de equivalência entre dois elementos (ex.:
luso-brasileiro = lusitano
e
brasileiro
;
sino-japonês = chinês
e
japonês
). São, no entanto, excepção os casos em que o primeiro elemento não é uma unidade sintagmática e semântica e se liga a outro elemento análogo, não podendo tratar-se de justaposição (ex.:
lusófono
), ou quando o primeiro elemento parece modificar o valor semântico do segundo elemento, numa estrutura morfológica de subordinação ou de modificação, que equivale a uma hierarquização dos elementos (ex.:
eurodeputado = deputado
[que pertence ao parlamento
europeu
];
lusodescendente = descendente
[que provém de
lusitanos
]). É necessário referir ainda que o uso ou não do hífen nestes casos não é uma questão nova na língua portuguesa e já se colocava antes da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Em diversos dicionários e vocabulários anteriores à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 já havia práticas ortográficas que distinguiam, tanto em Portugal como no Brasil, o uso do hífen entre
euro-africano
(sistematicamente com hífen) e
eurodeputado
(sistematicamente sem hífen).
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Palavra do dia
fiomel
fiomel
(
fi·o·mel
fi·o·mel
)
nome masculino
[Portugal: Beira]
[Portugal: Beira]
Pessoa muito fraca e adoentada.
Origem etimológica:
talvez de
fio + mel
.
Plural: fioméis.
Plural: fioméis.