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Olhos

A forma Olhospode ser[nome masculino plural] ou [nome masculino].

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olhoolho
|ôlh| |ôlh|
( o·lho

o·lho

)
Imagem

AnatomiaAnatomia

Cada um dos dois órgãos da visão.


nome masculino

1. [Anatomia] [Anatomia] Cada um dos dois órgãos da visão.Imagem = VISTA

2. Expressão do olhar.

3. Atenção, vigilância.

4. Perspicácia, sagacidade.

5. Abertura, furo.

6. Aro para o cabo de uma ferramenta.

7. Buraco ou cavidade no queijo e em outras substâncias esponjosas.

8. Orifício do batoque.

9. Buraco da fieira.

10. Saliência esférica.

11. [Botânica] [Botânica] Conjunto de folhas que formam o centro de certos vegetais (ex.: olho da couve).

12. [Botânica] [Botânica] Ponto de que há-de sair cada grelo do tubérculo e cada gomo do vegetal. = GEMA

13. [Arquitectura] [Arquitetura] [Arquitetura] Vão ou abertura nos pilares das pontes entre arco e arco. = OLHAL

14. Fojo, sorvedouro.

15. [Tipografia] [Tipografia] Claro circunscrito pelos traços da letra.

16. [Tipografia] [Tipografia] Espessura da letra (no tipo de imprensa).

17. Gota gordurosa que sobrenada num líquido.

18. Buraco na mó superior de um moinho.Imagem

19. Abertura por onde entra a água para a roda da azenha.

20. Vão da malha da rede.

olhos


nome masculino plural

21. Óculos.


abrir os olhos a

Tirar alguém da ignorância ou ilusão em que estava.

a olho

Calculando só pela vista.

a olho nu

Sem o uso de um instrumento óptico. = À VISTA DESARMADA

a olhos vistos

Visivelmente, patentemente.

até aos olhos

A mais não poder ser.

chorar por um olho azeite e por outro vinagre

Fingir mágoa que não existe.

chupar os olhos a alguém

Ser muitíssimo caro.

comer com os olhos

Ter cobiça ou desejo por. = COBIÇAR, DESEJAR

custar os olhos da cara

Ser muito caro; custar muito dinheiro.

de olho em

Com atenção ou cuidado em relação a algo ou alguém (ex.: fica de olho no fogão, enquanto descasco as batatas).

de olhos em bico

Admirado, espantado (ex.: de olhos em bico, o garoto nem quis acreditar no que via; a jogada deixou o adversário de olhos em bico).

devorar com os olhos

Olhar com avidez.

encher o olho

Satisfazer, contentar.

falar com os olhos

Dar a perceber com o olhar o que se quer dizer.

fechar os olhos

Fingir que não vê, dormir.

fechar os olhos a alguém

Assistir-lhe nos últimos momentos.

lançar os olhos para

Examinar.

levantar os olhos para

Aspirar.

luzir o olho a alguém

Mostrar desejo ou prazer.

num abrir e fechar de olhos

[Informal] [Informal] De maneira muito rápida; num piscar de olhos (ex.: a sala ficou cheia num abrir e fechar de olhos).

num piscar de olhos

[Informal] [Informal] Num instante; num abrir e fechar de olhos (ex.: não é fácil mudar de vida num piscar de olhos).

olho da goiaba

[Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Ânus.

olho da rua

Fora de casa.

olho de lince

[Figurado] [Figurado] Visão muito apurada. = VISTA DE LINCE

olho do cu

[Calão] [Tabuísmo] Ânus.

olho do furacão

[Meteorologia] [Meteorologia]  Zona arredondada no centro de um ciclone tropical, onde ocorre a menor pressão atmosférica.

Ponto ou posição de maior dificuldade numa situação difícil, complicada ou polémica.

olho gordo

[Informal] [Informal] Cobiça, inveja.

olho grande

[Informal] [Informal] O mesmo que olho gordo. (Confrontar: olho-grande.)

olho mágico

Tubo catódico utilizado nos receptores de radiodifusão para indicar a sintonização.

Pequeno dispositivo circular equipado com uma lente, que se coloca nas portas para permitir ver, sem ser visto, quem está do outro lado.Imagem = ÓCULO

olho vivo

Finura, inteligência, percepção fácil.

os olhos são o espelho da alma

Os olhos exprimem o que se passa no íntimo.

pelos belos olhos de alguém

Só por causa desse alguém; por sua causa.

pelos olhos

O mesmo que pelos belos olhos de alguém.

pisar os olhos

Dar aos olhos um amortecimento próprio de doença, mágoa, etc. = PISAR O OLHAR

piscar o olho a

Fazer sinal a, fechando e abrindo rapidamente um dos olhos.

pôr no olho da rua

Expulsar.

pôr os olhos em alguém

Seguir o seu exemplo, imitar o seu proceder.

pôr os olhos no chão

Baixar os olhos por humildade ou vergonha.

querer a alguém como às meninas dos seus olhos

Ter-lhe grande afeição.

pregar (o) olho

[Informal] [Informal] Dormir (ex.: esta noite ninguém pregou o olho: o barulho era tanto que mal preguei olho).

saltar aos olhos

Ser evidente; ser muito claro. = SALTAR À VISTA

ter olhos na ponta dos dedos

Ter o tacto muito apurado, ser destro da mão.

torcer os olhos

Entortar os olhos para ficarem vesgos. = ENVESGAR

trazer alguém debaixo de olho

Vigiar alguém.

ser todo olhos

Olhar com muita atenção.

ter olho

Ser esperto, vivo, perspicaz.

ver com os olhos da fé

Crer sem compreender, sem ver.

etimologiaOrigem etimológica:latim oculus, -i.

vistoPlural: olhos |ólh|.
iconPlural: olhos |ólh|.
OlhosOlhos

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Dúvidas linguísticas



Tenho sempre uma dúvida: utiliza-se crase antes de pronomes demonstrativos como esse, essa, esta, este?
A crase é a contracção de duas vogais iguais, sendo à (contracção da preposição a com o artigo definido a) a crase mais frequente. Para que se justifique esta crase é necessário que haja um contexto em que estejam presentes a preposição a e o artigo a (ex.: A [artigo] menina estava em casa; Entregou uma carta a [preposição] uma menina; Entregou uma carta à [preposição + artigo] menina). Ora, os pronomes demonstrativos não coocorrem com preposições (ex.: Esta menina estava em casa; *A [artigo] esta menina estava em casa; Entregou a carta a [preposição] esta menina; *Entregou a carta à [preposição + artigo] esta menina; o asterisco indica agramaticalidade), pelo que não poderá haver crase antes de artigos demonstrativos, mas apenas a ocorrência da preposição, quando o contexto o justifique.

Além do que foi dito acima, é de referir que pode haver crase com um artigo demonstrativo começado por a- (ex.: Não prestou atenção àquilo [preposição a + pronome demonstrativo aquilo]), mas trata-se da contracção da preposição a com a primeira vogal do pronome demonstrativo (ex.: àquele, àqueloutro, àquilo).




Agradecia que me informassem qual a palavra correta, prefabricado ou pré-fabricado, e se possível qual a regra para as palavras hifenizadas.
Nenhuma das formas prefabricado / pré-fabricado pode ser considerada incorrecta, uma vez que existem ambos os prefixos pre- e pré- com o sentido de anterioridade e que não há consenso em relação ao registo destas palavras.

Com efeito, o registo das formas prefabricado / pré-fabricado não é consensual nas obras lexicográficas portuguesas, situação que ocorre há já muito tempo. A título de exemplo, o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de António de Morais Silva (10.ª ed., Lisboa: Editorial Confluência, 12 vol., 1949-1959), regista apenas as formas justapostas pré-fabricado e pré-fabricar, enquanto o Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves (Coimbra: Coimbra Editora, 1966) regista apenas as formas prefabricado e prefabricar. Se compararmos obras lexicográficas mais recentes, verificamos que a falta de consenso se mantém: por exemplo, o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa (Lisboa: Academia das Ciências de Lisboa / Editorial Verbo, 2001) regista unicamente as formas hifenizadas, mas o Grande Dicionário Língua Portuguesa, (1.ª ed., Porto: Porto Editora, 2004) regista ambas as formas, com e sem hífen, remetendo pré-fabricado e derivados para prefabricado e derivados, onde se encontram as definições. Esta opção da Porto Editora parecer ter sido entretanto revista porque, no dicionário disponível presentemente online, apenas surgem registadas as formas com hífen: pré-fabricado, pré-fabricar e pré-fabricação [consultas em 18-01-2017].

Tal flutuação parece não ter equivalente na presente dicionarização da norma brasileira, pois os principais dicionários e vocabulários brasileiros consultados registam apenas as formas hifenizadas (pré-fabricado, pré-fabricar e pré-fabricação), ainda que consultas em corpora e em motores de busca da Internet revelem que há alguma flutuação gráfica no uso dos falantes. Aliás, a tendência, na norma brasileira, parece ser a da manutenção do hífen, como se pode constar em outras derivações semelhantes, que, na norma portuguesa, permanecem sem hífen. Veja-se, por exemplo, os casos de pré-habilitar, pré-adaptar, pré-adivinhar, pré-formar ou pré-limitar, todos registados no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras (norma brasileira [consultas em 18-01-2017]), a par dos correspondentes preabilitar, preadaptar, preadivinhar, preformar ou prelimitar, todos registados no Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (selecção: Portugal [consultas em 18-01-2017]). Um caso de aparente flutuação gráfica é o de prealegar, que só surge assim no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras, mas que se encontra hifenizado (pré-alegar) no Dicionário Aurélio. O Dicionário Houaiss (versão electrónica 1.0.5.a, Novembro de 2002) apresenta outros casos de flutuação quando refere, no prefixo pré-, que “[...] na medida em que um emprego de pré- tende a vulgarizar-se, na mesma medida tende a passar a pre- [sic]: o V.O. consigna o fato com registros dúplices: pré-contração/precontração, pré-cordilheira/precordilheira, pré-forma/preforma, pré-formar/preformar etc.”. Dos pares apontados, presentemente, o Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras regista apenas o par pré-cordilheira/precordilheira, tendo os restantes sido reduzidos às formas hifenizadas.

Sobre este assunto, o texto do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90), mais precisamente a alínea f) do ponto 1.º da Base XVI, afirma o seguinte:
“[Usa-se o hífen] Nas formações com os prefixos tónicos/tônicos acentuados graficamente pós-, pré- e pró-, quando o segundo elemento tem vida à parte (ao contrário do que acontece com as correspondentes formas átonas que se aglutinam com o elemento seguinte): pós-graduação, pós-tónico/pós-tônico (mas pospor); pré-escolar, pré-natal (mas prever); pró-africano, pró-europeu (mas promover).”

O trecho acima só aparentemente resolve a situação, pois, a par das formas hifenizadas apresentadas com os prefixos pós-, pré- e pró-, os exemplos pospor, prever e promover surgem acima como casos de prefixação, e são-no, só que num estádio anterior à língua portuguesa, pois eles derivam do latim postponere, praevidere e promovere, respectivamente. Para além disso, prever, tal como predefinir ou predispor, tem a vogal da primeira sílaba fechada (lê-se pre... e não pré...), o que pode levar à inferência de que as derivações por prefixação com pre- são sempre lidas dessa maneira. Ora não é isso que acontece, por exemplo, em preconceber, preestabelecer ou preexistir (e seus derivados: preconcebida, preestabelecimento, preexistentes, etc.), derivações já estabilizadas na língua e cuja vogal da primeira sílaba permanece aberta (lê-se pré... e não pre...).

O que o texto do AO90 faz, no caso de flutuação gráfica, é legitimar uma tendência que ocorre em ambas as variedades do português, mas que só estava dicionarizada na norma brasileira, para escrever e ler pré- quando a vogal é aberta, tendência que parece reflectir-se nos casos de formações mais recentes (ex.: pré-datar, pré-qualificação) e nos casos em que é possível conceber um equivalente com pós- (ex.: pós-datar, pós-qualificação). O que o texto do AO90 não faz é dizer explicitamente que não se pode escrever uma forma aglutinada com pre- quando a vogal é aberta, como prefabricado, razão pela qual, neste caso, o Dicionário Priberam regista ambas as grafias.

Por fim, relativamente à formação de palavras hifenizadas, não existe uma regra única que possa ser aplicada uniformemente. Recomenda-se a leitura da Base XV e da Base XVI do Acordo Ortográfico de 1990, que se debruçam sobre o emprego do hífen em compostos e em formações por prefixação, recomposição e sufixação.