Apesar de ter lido as várias respostas sobre o assunto, ainda me restam duas dúvidas quanto ao hífen: carbo-hidrato ou carboidrato? Uma vez que contra-ataque tem hífen, o correto é escrever contra-indicação em vez de contraindicação?
A aposição prefixal de elementos de composição de palavras começadas por h suscita geralmente dúvidas, devido ao facto de as regras para a manutenção ou elisão do h não serem coerentes nem inequívocas.
Se com alguns elementos de formação o h se mantém (sempre antecedido de hífen, como em anti-higiénico, co-herdeiro ou sobre-humano), com outros, como é o caso de carbo-, a remoção do h é permitida. Sendo assim, e seguindo os critérios da tradição lexicográfica, deverá grafar-se carboidrato e não carbo-hidrato.
Com a aplicação do novo Acordo Ortográfico de 1990 (ver base II e base XVI), o elemento de composição contra- apenas se hifeniza quando precede elemento começado por h ou por a, a mesma vogal em que termina (ex.: contra-harmónico, contra-argumento), aglutinando-se nos restantes casos, havendo duplicação da consoante quando o elemento seguinte começa por r ou s (ex.: contraindicação, contrarreforma, contrassenha).
Gostaria de saber se, se eu escrever como escrevia anteriormente (com a ortografia anterior ao Acordo Ortográfico), está ortograficamente errado ou também é aceite? Exemplo: "correcto" ou "correto"? Qual deles está oficialmente? Ou estarão os dois?
Quando o novo Acordo Ortográfico estiver em vigor em Portugal, apenas a forma "correto" será
considerada ortograficamente certa, correspondendo a forma "correcto" a uma
grafia anterior à vigência do acordo, uma vez que este preconiza que não sejam
escritas as consoantes que não são proferidas na chamada norma culta (base IV, 1.º, alínea b).
O utilizador da língua pode optar por utilizar a nova
ortografia ou não, uma vez que não pratica qualquer ilícito contravencional,
isto é, manter a ortografia anterior ao novo Acordo Ortográfico não tem qualquer consequência
legal, mesmo após o período de transição de 6 anos previsto legalmente (em Portugal). No
entanto, quando houver uma generalização da nova ortografia, nomeadamente na
comunicação social e em contexto escolar, pode ser importante e útil a
aprendizagem dessa nova ortografia por motivos sociais e profissionais. A partir
de determinada altura, a noção de erro ortográfico vai abranger formas que actualmente são práticas correntes, da mesma forma que actualmente são
considerados erros ortográficos práticas ortográficas alteradas pelo Acordo de 1945
(como diccionário ou sciência), ou pela alteração de 1973 (como pràticamente
ou sòzinho).