Gostaria de saber se, se eu escrever como escrevia anteriormente (com a ortografia anterior ao Acordo Ortográfico), está ortograficamente errado ou também é aceite? Exemplo: "correcto" ou "correto"? Qual deles está oficialmente? Ou estarão os dois?
Quando o novo Acordo Ortográfico estiver em vigor em Portugal, apenas a forma "correto" será
considerada ortograficamente certa, correspondendo a forma "correcto" a uma
grafia anterior à vigência do acordo, uma vez que este preconiza que não sejam
escritas as consoantes que não são proferidas na chamada norma culta (base IV, 1.º, alínea b).
O utilizador da língua pode optar por utilizar a nova
ortografia ou não, uma vez que não pratica qualquer ilícito contravencional,
isto é, manter a ortografia anterior ao novo Acordo Ortográfico não tem qualquer consequência
legal, mesmo após o período de transição de 6 anos previsto legalmente (em Portugal). No
entanto, quando houver uma generalização da nova ortografia, nomeadamente na
comunicação social e em contexto escolar, pode ser importante e útil a
aprendizagem dessa nova ortografia por motivos sociais e profissionais. A partir
de determinada altura, a noção de erro ortográfico vai abranger formas que actualmente são práticas correntes, da mesma forma que actualmente são
considerados erros ortográficos práticas ortográficas alteradas pelo Acordo de 1945
(como diccionário ou sciência), ou pela alteração de 1973 (como pràticamente
ou sòzinho).
Negocia ou negoceia? Em português de Portugal, a 3ª pessoa do
singular do Presente do Indicativo é negocia ou negoceia? Aprendi
na escola (portuguesa) e sempre disse negoceia e qual o meu espanto que
aqui, na Priberam, aparece o vocábulo negocia na conjugação do verbo.
Como no corrector de português de Portugal a expressão Ele negocia não
apresenta erro, deduzo que as duas formas estarão correctas. Se por aqui, no
Brasil, o termo usado é negocia, pergunto qual o termo que um português
deve aplicar.
No português de Portugal é aceite a dupla conjugação do verbo negociar
nas formas do presente do indicativo (negocio/negoceio,
negocias/negoceias, negocia/negoceia, negociam/negoceiam),
do presente do conjuntivo (negocie/negoceie, negocies/negoceies,
negocie/negoceie, negociem/negoceiem) e do
imperativo (negocia/negoceia, negocie/negoceie,
negociem/negoceiem), ao contrário do português do Brasil, que apenas
permite a conjugação com a vogal temática -i- e não com o ditongo -ei-
(negocio, negocias, etc.).
A mesma diferença de conjugação entre as duas normas do português (europeia e
brasileira) apresentam os verbos derivados de negociar (desnegociar,
renegociar), bem como os verbos agenciar, cadenciar,
comerciar, diligenciar, licenciar, obsequiar e
premiar.