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cimento

A forma cimentopode ser [primeira pessoa singular do presente do indicativo de cimentarcimentar] ou [nome masculino].

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cimentocimento
( ci·men·to

ci·men·to

)


nome masculino

1. [Construção] [Construção] Composição de cal hidráulica com argila ou pó de tijolo, ou de cal simples com pozolana.

2. [Construção] [Construção] Massa pastosa que resulta da mistura desse pó com um líquido, que depois de secar adquire dureza e resistência, usada para recobrir superfícies ou para ligar elementos.

3. Superfície recoberta com essa massa, depois de seca (ex.: fica todo esfolado quando joga futebol no cimento).

4. [Geologia] [Geologia] Material de ligação de grãos ou detritos de uma rocha sedimentar consolidada (ex.: cimento argiloso; cimento calcário; cimento ferruginoso; cimento silicoso).

5. [Medicina] [Medicina] Massa usada pelos dentistas para obturar (ex.: cimento definitivo; cimento provisório).

6. [Figurado] [Figurado] Aquilo que serve para apoiar ou sustentar algo. = ALICERCE, BASE, FUNDAMENTO


cimento armado

[Construção] [Construção]  Betão em que estão envoltas armações metálicas destinadas a resistir a esforços de flexão ou de tracção a que o betão vulgar resistiria mal. = BETÃO ARMADO

etimologiaOrigem etimológica:latim caementum, -i, pedra de alvenaria, brita.

iconeConfrontar: cemento.
cimentarcimentar
( ci·men·tar

ci·men·tar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo

1. Unir ou ligar materiais com cimento (ex.: cimentar tijolos).

2. Revestir ou preencher com cimento (ex.: cimentar o pátio).


verbo transitivo e pronominal

3. [Figurado] [Figurado] Dar ou adquirir firmeza ou coesão (ex.: a equipa cimentou a liderança com mais uma vitória; o partido cimenta-se como força política relevante). = CONSOLIDAR, ESTABELECER, FIRMAR

etimologiaOrigem etimológica:cimento + -ar.

iconeConfrontar: cementar, sementar.
cimentocimento

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Anagramas



Dúvidas linguísticas



Estava com dúvida quanto à escrita do algarismo 16, e procurando resposta no site, fiquei com mais dúvida ainda: dezesseis ou dezasseis? E porquê?
O algarismo 16 pode escrever-se de duas formas: dezasseis é a forma usada em Portugal e dezesseis a forma usada no Brasil. A forma com e aparenta ser a mais próxima da etimologia: dez + e + seis; a forma com a é uma divergência dessa. Esta dupla grafia, cuja razão exacta se perde na história da língua, verifica-se também com os números 17 (dezassete/dezessete) e 19 (dezanove/dezenove).




A minha dúvida é relativa ao novo Acordo Ortográfico: gostava que me esclarecessem porque é que "lusodescendente" escreve-se sem hífen e "luso-brasileiro", "luso-americano" escreve-se com hífen. É que é um pouco difícil de se compreender, e já me informei com algumas pessoas que não me souberam dizer o porquê de ser assim. Espero uma resposta de vossa parte com a maior brevidade possível.
Não há no texto legal do Acordo Ortográfico de 1990 uma diferença clara entre as palavras que devem seguir o disposto na Base XV e o disposto na Base XVI. Em casos como euroafricano/euro-africano, indoeuropeu/indo-europeu ou lusobrasileiro/luso-brasileiro (e em outros análogos), poderá argumentar-se que se trata de "palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido" (Base XV) para justificar o uso do hífen. Por outro lado, poderá argumentar-se que não se justifica o uso do hífen uma vez que se trata de "formações com prefixos (como, por exemplo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e de formações por recomposição, isto é, com elementos não autónomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.)" (Base XVI).

Nestes casos, e porque afro-asiático, afro-luso-brasileiro e luso-brasileiro surgem no texto legal como exemplos da Base XV, a Priberam aplicou a Base XV, considerando que "constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido". Trata-se de uma estrutura morfológica de coordenação, que estabelece uma relação de equivalência entre dois elementos (ex.: luso-brasileiro = lusitano e brasileiro; sino-japonês = chinês e japonês).

São, no entanto, excepção os casos em que o primeiro elemento não é uma unidade sintagmática e semântica e se liga a outro elemento análogo, não podendo tratar-se de justaposição (ex.: lusófono), ou quando o primeiro elemento parece modificar o valor semântico do segundo elemento, numa estrutura morfológica de subordinação ou de modificação, que equivale a uma hierarquização dos elementos (ex.:  eurodeputado = deputado [que pertence ao parlamento europeu]; lusodescendente = descendente [que provém de lusitanos]).

É necessário referir ainda que o uso ou não do hífen nestes casos não é uma questão nova na língua portuguesa e já se colocava antes da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Em diversos dicionários e vocabulários anteriores à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 já havia práticas ortográficas que distinguiam, tanto em Portugal como no Brasil, o uso do hífen entre euro-africano (sistematicamente com hífen) e eurodeputado (sistematicamente sem hífen).