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bestas

A forma bestasé [feminino plural de bestabesta].

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besta1besta1
|bê| |bê|
( bes·ta

bes·ta

)
Imagem

Brasil: Norte, NordesteBrasil: Norte, Nordeste

Fêmea do cavalo.


nome feminino

1. Animal que se pode cavalgar. = CAVALGADURA

2. Animal quadrúpede, híbrido e estéril, filho de burro e égua ou de cavalo e burra. = MACHO, MU, MUAR, MULO

3. [Brasil: Norte, Nordeste] [Brasil: Norte, Nordeste] Fêmea do cavalo.Imagem = ÉGUA

4. [Brasil: Norte, Nordeste, Calão] [Brasil: Norte, Nordeste, Tabuísmo] Mulher que pratica sexo em troca de dinheiro. = MERETRIZ, PROSTITUTA

5. [Informal] [Informal] Pessoa grande ou muito forte.

6. [Informal, Depreciativo] [Informal, Depreciativo] Pessoa violenta ou grosseira. = ALIMÁRIA, ANIMAL

7. O ser humano considerado sob o seu aspecto mais desfavorável ou mais brutal.


adjectivo de dois géneros e nome femininoadjetivo de dois géneros e nome feminino

8. [Informal, Depreciativo] [Informal, Depreciativo] Que ou quem mostra falta de inteligência ou de educação (ex.: conversa besta; este homem é uma besta). = ESTÚPIDO, PALERMA, TOLO


adjectivo de dois génerosadjetivo de dois géneros

9. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Que tem pouca importância ou pouco interesse (ex.: discussão besta).

10. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Que mostra ou sente surpresa ou admiração (ex.: ficou muito besta com o que viu). = ADMIRADO, ESPANTADO, SURPREENDIDO, SURPRESO

11. [Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Que mostra modos de dizer ou de fazer forçados ou afectados. = ARROGANTE, PEDANTE, PRESUNÇOSO


besta de roda

Animal que trabalha nas noras, engenhos, etc.

besta de tiro

Animal que puxa um carro.

besta quadrada

[Informal, Depreciativo] [Informal, Depreciativo] Pessoa muito ignorante ou muito grosseira.

fazer de besta

[Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Enganar (ex.: vieram aqui só para fazer a gente de besta).

fazer-se de besta

[Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Fingir ignorar um assunto; fazer-se desentendido ou inocente (ex.: não se faça de besta, você sabe do que estou falando).

[Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Meter-se com alguém, geralmente com intenções de relacionamento amoroso ou sexual.

metido a besta

[Brasil, Informal] [Brasil, Informal] Que é arrogante, pretensioso ou vaidoso.

etimologiaOrigem etimológica:latim bestia, -ae, animal, fera.

Colectivo:Coletivo:Coletivo:bestaria, bestiagem, récua.
Ver também resposta à dúvida: pronúncia de besta.
besta2besta2
|bé| |bé|
( bes·ta

bes·ta

)
Imagem

ArmamentoArmamento

Arma antiga, composta por um arco e por um cabo muito tenso, montados numa espécie de coronha onde está a empunhadura, com que se arremessavam setas e pelouros (ex.: besta de mão).


nome feminino

[Armamento] [Armamento] Arma antiga, composta por um arco e por um cabo muito tenso, montados numa espécie de coronha onde está a empunhadura, com que se arremessavam setas e pelouros (ex.: besta de mão).Imagem = BALESTA, BALESTRA

etimologiaOrigem etimológica:latim ballista, -ae ou balista, -ae, balista.

Colectivo:Coletivo:Coletivo:bestaria.
Ver também resposta à dúvida: pronúncia de besta.
bestasbestas

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Anagramas



Dúvidas linguísticas



O verbo abrir já teve há alguns séculos dois particípios, aberto e abrido? Se já teve porque não tem mais? E desde quando não tem mais? Qual é a regra para que abrir não seja abundante e com dois particípios?
Regra geral, os verbos têm apenas uma forma para o particípio passado. Alguns verbos, porém, possuem duas ou mais formas de particípio passado equivalentes: uma regular, terminada em -ado (para a 1ª conjugação) ou -ido (para a 2ª e 3ª conjugações), e outra irregular, geralmente mais curta.

Como se refere na resposta secado, a forma regular é habitualmente usada com os auxiliares ter e haver para formar tempos compostos (ex.: a roupa já tinha secado; havia secado a loiça com um pano) e as formas do particípio irregular são usadas maioritariamente com os auxiliares ser e estar para formar a voz passiva (ex.: a loiça foi seca com um pano; a roupa estava seca pelo vento).

As gramáticas e os prontuários (ver, por exemplo, a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, das Edições João Sá da Costa, 1998, pp. 441-442) listam os principais verbos em que este fenómeno ocorre, como aceitar (aceitado, aceito, aceite), acender (acendido, aceso) ou emergir (emergido, emerso), entre outros.

Dessas listas (relativamente pequenas) não consta o verbo abrir, nem há registos de que tenha constado. No entanto, por analogia, têm surgido, com alguma frequência, sobretudo no português do Brasil, formas participiais irregulares como *cego (de cegar), *chego (de chegar), *pego (de pegar), *prego (de pregar) ou *trago (de trazer).

Por outro lado, há também aparecimento de formas regulares como *abrido (de abrir) ou *escrevido (de escrever), por regularização dos particípios irregulares aberto ou escrito.

Na norma da língua portuguesa as formas assinaladas com asterisco (*) são desaconselhadas e devem ser evitadas.




A minha dúvida é relativa ao novo Acordo Ortográfico: gostava que me esclarecessem porque é que "lusodescendente" escreve-se sem hífen e "luso-brasileiro", "luso-americano" escreve-se com hífen. É que é um pouco difícil de se compreender, e já me informei com algumas pessoas que não me souberam dizer o porquê de ser assim. Espero uma resposta de vossa parte com a maior brevidade possível.
Não há no texto legal do Acordo Ortográfico de 1990 uma diferença clara entre as palavras que devem seguir o disposto na Base XV e o disposto na Base XVI. Em casos como euroafricano/euro-africano, indoeuropeu/indo-europeu ou lusobrasileiro/luso-brasileiro (e em outros análogos), poderá argumentar-se que se trata de "palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido" (Base XV) para justificar o uso do hífen. Por outro lado, poderá argumentar-se que não se justifica o uso do hífen uma vez que se trata de "formações com prefixos (como, por exemplo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e de formações por recomposição, isto é, com elementos não autónomos ou falsos prefixos, de origem grega e latina (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.)" (Base XVI).

Nestes casos, e porque afro-asiático, afro-luso-brasileiro e luso-brasileiro surgem no texto legal como exemplos da Base XV, a Priberam aplicou a Base XV, considerando que "constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido". Trata-se de uma estrutura morfológica de coordenação, que estabelece uma relação de equivalência entre dois elementos (ex.: luso-brasileiro = lusitano e brasileiro; sino-japonês = chinês e japonês).

São, no entanto, excepção os casos em que o primeiro elemento não é uma unidade sintagmática e semântica e se liga a outro elemento análogo, não podendo tratar-se de justaposição (ex.: lusófono), ou quando o primeiro elemento parece modificar o valor semântico do segundo elemento, numa estrutura morfológica de subordinação ou de modificação, que equivale a uma hierarquização dos elementos (ex.:  eurodeputado = deputado [que pertence ao parlamento europeu]; lusodescendente = descendente [que provém de lusitanos]).

É necessário referir ainda que o uso ou não do hífen nestes casos não é uma questão nova na língua portuguesa e já se colocava antes da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Em diversos dicionários e vocabulários anteriores à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 já havia práticas ortográficas que distinguiam, tanto em Portugal como no Brasil, o uso do hífen entre euro-africano (sistematicamente com hífen) e eurodeputado (sistematicamente sem hífen).