PT
BR
Pesquisar
Definições



altoemalo

Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um clique. Experimente!
alto1alto1
( al·to

al·to

)


adjectivoadjetivo

1. Que tem maior altura que a ordinária (ex.: criança alta; prédio alto). = GRANDEBAIXO, PEQUENO

2. Que se eleva muito em relação ao solo ou em relação ao nível do mar (ex.: alto promontório; percorreu os altos picos). = ELEVADOBAIXO

3. Que tem valores ou medidas superiores à média ou ao que é considerado normal ou conveniente (ex.: febre alta; preço alto; pressão arterial alta; temperaturas altas). = EXCESSIVOBAIXO

4. Inclinado ou voltado para cima (ex.: olhar alto). = ERGUIDOABAIXADO, BAIXO

5. Que tem grande distância entre a superfície e o fundo (ex.: mar alto). = PROFUNDOBAIXO

6. Que é tem um grau ou nível muito elevado (ex.: alta precisão; altas profundidades; temos por ele uma alta consideração).BAIXO

7. Que se ouve muito bem (ex.: música alta; voz alta). = DISTINTO, FORTEBAIXO

8. Em que há mais actividade ou procura (ex.: época alta; momento alto).BAIXO

9. Que tem mais importância numa escala hierárquica, social ou económica (ex.: alta burguesia; altos representantes).BAIXO

10. Que se destaca pela excelência ou superioridade (ex.: altos feitos em prol da nação). = ELEVADO, ILUSTRE, INSIGNE, NOBRE, SUPERIORBANAL, TRIVIAL, VULGAR

11. Difícil de compreender (ex.: são altos desígnios que nos ultrapassam).

12. Que acontece tarde ou num momento avançado do dia (ex.: altas horas; era já noite alta). = ADIANTADO, TARDIO

13. Mais antigo (ex.: alta Idade Média; alto latim). = REMOTOBAIXO, TARDIO

14. Situado mais ao norte, geralmente em relação a outro local com o mesmo nome (ex.: Beira Alta). = SUPERIORBAIXO, INFERIOR

15. Situado mais perto da nascente (ex.: Alto Douro). = SUPERIORBAIXO, INFERIOR

16. Diz-se dos astros já subidos em relação ao horizonte (ex.: lua alta; o sol já vai alto).

17. [Acústica] [Acústica] Que é produzido por ondas de elevada frequência. = AGUDOBAIXO, GRAVE

18. [Fonética] [Fonética] Que se pronuncia com a elevação da língua em relação a posição de descanso (ex.: [i] é uma vogal alta).


advérbio

19. A grande altura (ex.: voam muito alto).

20. Com voz forte (ex.: ela fala alto).

21. De modo ousado ou convincente (ex.: sonharam alto).


nome masculino

22. Ponto mais elevado (ex.: subiram ao alto da serra). = CIMO, CUME, TOPOBAIXO, BASE

23. Local elevado (ex.: subiu a um alto para ver melhor). = ELEVAÇÃO

24. Altura (ex.: dez metros de alto).

25. Parte do mar afastada da costa, de onde já não se consegue ver o litoral. = ALTO-MAR, MAR ALTO, MAR LARGO

26. Céu.

27. Lugar principal.

28. [Música] [Música] Contralto.

29. [Música] [Música] Instrumento musical de cordas, semelhante ao violino, mas de timbre mais baixo e um pouco maior. = VIOLA, VIOLETA

30. [Portugal: Alentejo] [Portugal: Alentejo] [Música] [Música] Solista de voz aguda que se segue ao ponto e que antecede a entrada do coro no cante alentejano.

31. [Informal] [Informal] Inchaço na testa ou na cabeça, geralmente resultante de pancada. = GALO

altos


nome masculino plural

32. [Arquitectura] [Arquitetura] [Arquitetura] Parte superior ou andar de cima de uma casa.


alto e malo

Atabalhoadamente, à pressa.

Ao acaso e sem escolha ou distinção; sem medir ou avaliar. = A ESMO

falar do alto da burra

[Informal] [Informal] Falar em tom arrogante ou autoritário.

por alto

Sem ter em atenção todos os pormenores; de maneira superficial.

etimologiaOrigem etimológica:latim altus, -a, -um.
altoemaloaltoemalo

Esta palavra no dicionário



Dúvidas linguísticas



Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).




Quanto a comparações de inigualdade, ou seja, de superioridade ou de inferioridade, existirá uma regra absoluta para decifrar se se usa que ou do que ou ambas estarão correctas em qualquer expressão dessa estrutura? Para um falante em que o Português não é a primeira língua, seria bastante útil. Incluo as seguintes expressões para vossa análise: 1) O castelo é mais antigo que a igreja. 2) Hoje as laranjas estão menos baratas que as maçãs. 3) Nós compramos mais livros que vendemos. 4) O Paulo é mais grande do que gordo. 5a) O João tem mais de um carro. b) O João tem mais dum carro. c) O João tem mais do que um carro. d) O João tem mais que um carro.
As frases de 1) a 5) apresentam diferentes construções de comparativos relativos de superioridade e de inferioridade.

Em português, é possível formar os graus comparativos de superioridade e de inferioridade dos adjectivos usando os advérbios mais e menos seguidos da locução do que (ex.: o castelo é mais antigo do que a igreja; a igreja é menos antiga do que o castelo), podendo haver omissão da contracção da preposição de com o pronome demonstrativo invariável o (ex.: o castelo é mais antigo que a igreja; a igreja é menos antiga que o castelo). Esta construção aplica-se às frases apontadas em 1), 2) e 4).

Na frase 3) está presente um comparativo de superioridade relativo a um substantivo (ex.: nós compramos mais livros [do] que vendemos), sendo nesse caso a palavra mais um determinante indefinido.

A frase de 4) é um exemplo de uso correcto da construção mais grande, que, como afirmam Celso Cunha e Lindley Cintra na Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa, Edições João Sá da Costa, 14.ª ed., 1998, p. 262), só se considera correcta quando é usada para confrontar duas qualidades do mesmo elemento.

Relativamente às frases em 5), trata-se de uma comparação (de superioridade) de quantidade relativamente a um numeral (um). Neste tipo de comparação é possível uma construção análoga àquela usada para exprimir o grau comparativo do adjectivo, isto é, a estrutura mais (do) que seguida do numeral e de um substantivo, como nas frases 5c) e 5d). Alternativamente, é possível ainda utilizar as construções presentes em 5a) e 5b), que correspondem à locução comparativa mais de seguida de numeral e que diferem apenas na contracção (de + um = dum).

Para além destas quatro construções comparativas, é ainda possível estabelecer comparativos antes de verbos (ex.: consegue ver mais ao longe [do] que ao perto), de advérbios (ex.: põe esse quadro mais acima [do] que este) ou de preposições (ex.: o gato passa mais por aqui [do] que por ali).