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Dúvidas linguísticas
leva-no-lo
Numa frase:
o fulano leva-nos o dinheiro todo
. Eu quero abreviar:
o fulano leva-no-lo todo
. Será correcto?
Como poderá constatar na
Gramática
do
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
, na secção
Pronomes
, o pronome clítico de complemento directo de terceira pessoa masculino é
o
, sendo que, quando é antecedido de uma forma verbal ou de outro clítico terminado em
s
, se lhe acrescenta um
l
(ex.:
leva-nos o dinheiro
=
leva-no-
l
o
;
comprou-vos o terreno
=
comprou-vo-
l
o
;
chamámos o professor
=
chamámo-
l
o
). A mesma regra se aplica, obviamente, em caso de flexão do pronome clítico em questão (ex.:
leva-nos as malas
=
leva-no-las
;
comprou-vos a casa
=
comprou-vo-la
;
chamámos os professores
=
chamámo-los
).
étimos latinos nos dicionários
A minha dúvida é a respeito da etimologia de determinadas palavras cuja raiz é de origem latina, por ex.
bondade, sensibilidade, depressão
, etc. No Dicionário Priberam elas aparecem com a terminação nominativa mas noutros dicionários parece-me que estão na terminação ablativa e não nominativa. Gostaria que me esclarecessem.
O
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
regista, por exemplo, na etimologia de
bondade
,
sensibilidade
ou
depressão
, as formas que são normalmente enunciadas na forma do nominativo, seguida do genitivo:
bonitas, bonitatis
(ou
bonitas
,
-atis
)
; sensibilitas, sensibilitatis
(ou
sensibilitas
,
-atis
) e
depressio, depressionis
(ou
depressio
,
-onis
).
Noutros dicionários gerais de língua portuguesa, é muito usual o registo da etimologia latina através da forma do acusativo sem a desinência
-m
(não se trata, como à primeira vista pode parecer, do ablativo). Isto acontece por ser o acusativo o caso lexicogénico, isto é, o caso latino que deu origem à maioria das palavras do português, e por, na evolução do latim para o português, o
-m
da desinência acusativa ter invariavelmente desaparecido. Assim, alguns dicionários registam, por exemplo, na etimologia de
bondade
,
sensibilidade
ou
depressão
, as formas
bonitate, sensibilitate
e
depressione
, que foram extrapoladas, respectivamente, dos acusativos
bonitatem, sensibilitatem
e
depressionem
.
Esta opção de apresentar o acusativo apocopado pode causar alguma perplexidade nos consulentes dos dicionários, que depois não encontram estas formas em dicionários de latim. Alguns dicionários optam por assinalar a queda do
-m
, colocando um hífen no final do étimo latino (ex.:
bonitate-, sensibilitate-,
depressione-
). Outros, mais raros, como o
Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa
ou o
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
optaram por enunciar os étimos latinos (ex.:
bonitas, -atis; sensibilitas, -atis
,
depressio, -onis
), não os apresentando como a maioria dos dicionários; o
Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa
não enuncia o étimo latino dos verbos, referenciando apenas a forma do infinitivo (ex.:
fazer < facere; sentir < sentire
).
Ver todas
Palavra do dia
trincolhos
trincolhos
|cô|
|cô|
(
trin·co·lhos
trin·co·lhos
)
nome masculino plural
[Informal]
[Informal]
Brinquedos de criança.
=
TRINCOLHOS-BRINCOLHOS
Origem etimológica:
trinco + -olho
.