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à-toa

A forma à-toapode ser[adjectivo de dois géneros e de dois númerosadjetivo de dois géneros e de dois números] ou [nome feminino].

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toatoa
|ô| |ô|
( to·a

to·a

)


nome feminino

1. [Marinha] [Marinha] Corda estendida de um navio a outro para o rebocar. = REBOQUE, SIRGA

2. [Marinha] [Marinha] Cabo atado a um ponto fixo para a tripulação do barco se alar por ele.


à toa

A reboque (ex.: levar à toa).

Sem reflexão nem tino (ex.: ele não devia falar à toa). = A ESMO, AO ACASO

etimologiaOrigem etimológica:derivação regressiva de toar.

iconeConfrontar: tua.
à-toaà-toaà toa
( à·-to·a

à·-to·a

à to·a

)


adjectivo de dois géneros e de dois númerosadjetivo de dois géneros e de dois números

1. Que foi feito à pressa ou sem reflexão (ex.: comentário à-toa). = APRESSADO, ATABALHOADO

2. Que está mal feito (ex.: não posso admitir este trabalho à-toa). = IMPERFEITO

3. Que não tem utilidade ou interesse (ex.: frases à-toa). = DESNECESSÁRIO

etimologiaOrigem etimológica:à + toa.

grafiaGrafia no Brasil:à toa.
grafiaGrafia alterada pelo Acordo Ortográfico de 1990:à toa.
grafia Grafia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990: à-toa.
grafiaGrafia em Portugal:à-toa.
à-toaà-toa

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Dúvidas linguísticas



Estava com dúvida quanto à escrita do algarismo 16, e procurando resposta no site, fiquei com mais dúvida ainda: dezesseis ou dezasseis? E porquê?
O algarismo 16 pode escrever-se de duas formas: dezasseis é a forma usada em Portugal e dezesseis a forma usada no Brasil. A forma com e aparenta ser a mais próxima da etimologia: dez + e + seis; a forma com a é uma divergência dessa. Esta dupla grafia, cuja razão exacta se perde na história da língua, verifica-se também com os números 17 (dezassete/dezessete) e 19 (dezanove/dezenove).




Última crónica de António Lobo Antunes na Visão "Aguentar à bronca", disponível online. 1.º Parágrafo: "Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas por os homens repararem menos nelas do que desejavam."; 2.º Parágrafo: "nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos, nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles, a tremerem. Ou são os dedos que tremem?".
Dúvidas: a conversarem ou a conversar? A tremerem ou a tremer?
O uso do infinitivo flexionado (ou pessoal) e do infinitivo não flexionado (ou impessoal) é uma questão controversa da língua portuguesa, sendo mais adequado falar de tendências do que de regras, uma vez que estas nem sempre podem ser aplicadas rigidamente (cf. Celso CUNHA e Lindley CINTRA, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 482). É também por essa razão que dúvidas como esta são muito frequentes e as respostas raramente podem ser peremptórias.

Em ambas as frases que refere as construções com o infinitivo flexionado são precedidas pela preposição a e estão delimitadas por pontuação. Uma das interpretações possíveis é que se trata de uma oração reduzida de infinitivo, com valor adjectivo explicativo, à semelhança de uma oração gerundiva (ex.: Ficaram por ali um bocado no passeio, a conversarem, aborrecidas [...] = Ficaram por ali um bocado no passeio, conversando, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, a tremerem. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] mas aí estão eles, tremendo.). Nesse caso, não há uma regra específica e verifica-se uma oscilação no uso do infinitivo flexionado ou não flexionado.

No entanto, se estas construções não estivessem separadas por pontuação do resto da frase, não tivessem valor adjectival e fizessem parte de uma locução verbal, seria obrigatório o uso da forma não flexionada: Ficaram por ali um bocado no passeio a conversar, aborrecidas [...] = Ficaram a conversar por ali um bocado no passeio, aborrecidas [...]; nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas aí estão eles a tremer. = nunca imaginei ser possível existirem cigarros friorentos [...] nunca os tinha visto, claro, mas eles aí estão a tremer. Neste caso, a forma flexionada do infinitivo pode ser classificada como agramatical (ex.: *ficaram a conversarem, *estão a tremerem [o asterisco indica agramaticalidade]), uma vez que as marcas de flexão em pessoa e número já estão no verbo auxiliar ou semiauxiliar (no caso, estar e ficar).