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tecíeis

A forma tecíeisé [segunda pessoa plural do pretérito imperfeito do indicativo de tecertecer].

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tecertecer
|cê| |cê|
( te·cer

te·cer

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo e intransitivo

1. Formar um tecido, uma obra de tear ou outra trama com a passagem repetida de um fio ou afim alternadamente por cima e por baixou de outros dispostos perpendicularmente (ex.: o artesão tece mantas; a máquina tece a grande velocidade). = TRAMAR, URDIR

2. Construir uma estrutura com fios produzidos pelo próprio corpo (ex.: o bicho-da-seda tece o seu casulo; observou a aranha a tecer).


verbo transitivo

3. Fazer uma estrutura de materiais que se cruzam (ex.: tecem vimes para fazer cestos e outros objectos). = ENTRANÇAR, ENTRELAÇAR, ENTRETECER, TRAMAR, TRANÇAR, URDIRDESENTRANÇAR, DESTECER

4. Fazer tecido ou trama com fios. = FIARDESFIAR

5. Compor ou planear algo que exige trabalho, atenção ou imaginação (ex.: teceram um plano meticuloso). = ARQUITECTAR, ELABORAR, ENGENDRAR, MAQUINAR

6. Fazer intrigas. = ENREDAR, INTRIGAR, MEXERICAR

7. Exprimir com palavras (ex.: vou tecer alguns comentários breves). = FORMULAR, PROFERIR

8. Meter de permeio; pôr algo a meio de. = ENTRETECER, ENTRECORTAR, ENTREMEAR

9. Pôr enfeites ou ornamentos em. = DECORAR, ENFEITAR, ORNAMENTAR, ORNAR


verbo intransitivo

10. [Informal] [Informal] Ir e vir, andar de cá para lá.

11. [Pouco usado] [Pouco usado] Mexer (uma criança pequena) os pés e as mãos.


verbo pronominal

12. Enredar-se, entrelaçar-se.

13. Formar-se, condensar-se (ex.: ao longe, tecia-se um negrume).

14. Preparar-se, organizar-se.

etimologiaOrigem etimológica:latim texo, -ere.

tecíeistecíeis

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Dúvidas linguísticas



Seríssimo ou seriíssimo?
Ambas as formas seríssimo e seriíssimo podem ser consideradas correctas como superlativo absoluto sintético do adjectivo sério.

O superlativo absoluto sintético simples, isto é, o grau do adjectivo que exprime, através de uma só palavra, o elevado grau de determinado atributo, forma-se pela junção do sufixo -íssimo ao adjectivo (ex.: altíssimo).

No caso de grande número de adjectivos terminados em -eio e em -io, a forma gerada apresenta geralmente dois ii, um pertencente ao adjectivo, o outro ao sufixo (ex.: cheiíssimo, feiíssimo, maciíssimo, vadiíssimo).

Há alguns adjectivos, porém, como sério, que podem gerar duas formas de superlativo absoluto sintético: seriíssimo ou seríssimo. No entanto, como é referido por Celso Cunha e Lindley Cintra na sua Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa: Edições Sá da Costa, 1998, p. 260), parece haver uma maior aceitação das formas com apenas um i: “Em lugar das formas superlativas seriíssimo, necessariíssimo e outras semelhantes, a língua actual prefere seríssimo, necessaríssimo, com um só i”. O mesmo sucede com necessário, ordinário, precário ou sumário, por exemplo.




Das seguintes, que forma está correcta? a) Noventa por cento dos professores manifestaram-se. b) Noventa por cento dos professores manifestou-se.
A questão que nos coloca não tem uma resposta peremptória, originando muitas vezes dúvidas quer nos falantes quer nos gramáticos que analisam este tipo de estruturas.

João Andrade Peres e Telmo Móia, na sua obra Áreas Críticas da Língua Portuguesa (Lisboa, Editorial Caminho, 1995, pp. 484-488), dedicam-se, no capítulo que diz respeito aos problemas de concordância com sujeitos de estrutura de quantificação complexa, à análise destes casos com a expressão n por cento seguida de um nome plural. Segundo eles, nestes casos em que se trata de um numeral plural (ex.: noventa) e um nome encaixado também plural (professores), a concordância deverá ser feita no plural (ex.: noventa por cento dos professores manifestaram-se), apesar de referirem que há a tendência de alguns falantes para a concordância no singular (ex.: noventa por cento dos professores manifestou-se). Nos casos em que a expressão numeral se encontra no singular, a concordância poderá ser realizada no singular (ex.: um por cento dos professores manifestou-se) ou no plural, com o núcleo nominal encaixado (ex.: um por cento dos professores manifestaram-se). Há, no entanto, casos, como indicam os mesmos autores, em que a alternância desta concordância não é de todo possível, sendo apenas correcta a concordância com o núcleo nominal que segue a expressão percentual (ex.: dez por cento do parque ardeu, mas não *dez por cento do parque arderam).

Face a esta problemática, o mais aconselhável será talvez realizar a concordância com o nome que se segue à expressão "por cento", visto que deste modo nunca incorrerá em erro (ex.: noventa por cento dos professores manifestaram-se, um por cento dos professores manifestaram-se, dez por cento da turma reprovou no exame, vinte por cento da floresta ardeu). De acordo com Evanildo Bechara, na sua Moderna Gramática Portuguesa (Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2002, p. 566), esta será também a tendência mais comum dos falantes de língua portuguesa.