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não-

Categoria de obras que não são baseadas na imaginação, mas antes em dados e personagens reais ou no tratamento teórico de determinados temas ou informações (ex.: biografia e documentário estão incluídos na não-ficção; escolheram os melhores livros de não-ficção do ano)....


não-verbal | adj. 2 g.

Que realiza a comunicação através de gestos, sons, símbolos, imagens ou outros sinais ou códigos que não utilizam palavras ou que acompanham as palavras (ex.: comunicação não-verbal; linguagem não-verbal)....


não- | elem. de comp.

Exprime negação (ex.: não-agressão; não-governamental)....


não | adv. | n. m.

Partícula negativa oposta à afirmativa sim....


Acto de não exercer (ex.: o não-exercício de um direito não implica a renúncia a esse direito)....


não-beligerante | adj. 2 g. n. 2 g.

Que ou o que não participa num conflito....


não-fumante | adj. 2 g. n. 2 g.

Que ou quem não fuma. (Equivalente no português de Portugal: não-fumador.)...


não-combatente | adj. 2 g. n. 2 g.

Que ou quem é militar, mas não participa directamente em combate....


não-afixal | adj. 2 g.

Em que não há presença de afixo (ex.: derivação não-afixal)....


não-alinhado | adj. n. m.

Diz-se do ou o país que pratica o não-alinhamento ou que não acompanha sistematicamente a política de um de dois blocos de estados antagonistas....



Dúvidas linguísticas



Desde sempre usei a expressão quando muito para exprimir uma dúvida razoável ou uma cedência como em: Quando muito, espero por ti até às 4 e 15. De há uns tempos para cá, tenho ouvido E LIDO quanto muito usado para exprimir o mesmo. Qual deles está certo?
No que diz respeito ao registo lexicográfico de quando muito ou de quanto muito, dos dicionários de língua que habitualmente registam locuções, todos eles registam apenas quando muito, com o significado de “no máximo” ou “se tanto”, nomeadamente o Grande Dicionário da Língua Portuguesa (coordenado por José Pedro Machado, Lisboa: Amigos do Livro Editores, 1981), o Dicionário Houaiss (Lisboa: Círculo de Leitores, 2002) e o Dicionário Aurélio (Curitiba: Positivo, 2004). A única excepção é o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências (Lisboa: Verbo, 2001), que regista como equivalentes as locuções adverbiais quando muito e quanto muito. Do ponto de vista lógico e semântico, e atendendo às definições e distribuições de quando e quanto, a locução quando muito é a que parece mais justificável, pois uma frase como quando muito, espero por ti até às 4 e 15 seria parafraseável por espero por ti até às 4 e 15, quando isso já for muito ou demasiado. Do ponto de vista estatístico, as pesquisas em corpora e em motores de busca evidenciam que, apesar de a locução quanto muito ser bastante usada, a sua frequência é muito inferior à da locução quando muito. Pelos motivos acima referidos, será aconselhável utilizar quando muito em detrimento de quanto muito.



É possível (correto) construir locuções com três verbos?
Uma locução é um conjunto de palavras que corresponde ao comportamento de uma palavra de determinada categoria. O número não é um critério linguístico de correcção; desde que esteja correcto do ponto de vista sintáctico e semântico, é possível uma locução com vários verbos. O mais comum são locuções com dois verbos, correspondendo a tempos compostos (ex.: tinha comido), tempos passivos (ex.: foi comido) ou a perifrásticas (ex.: começou a comer), mas é possível haver locuções com mais verbos, especialmente se se tratar de passivas ou de perifrásticas conjugadas com o auxiliar num tempo composto (ex.: tinha sido comido; tinha começado a comer). Em situações excepcionais, é possível encontrar sequências longas de formas verbais (ex.: contamos poder começar a comer às três; tínhamos contado ter podido começar a comer às três).

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